Cerca de 10% dos casais portugueses são afetados por problemas de infertilidade. Contudo, por vezes, basta modificar o estilo de vida para conseguir engravidar. No entanto, «se ao fim de um ano de relações desprotegidas, o casal não conseguir alcançar a gravidez, deve procurar um especialista em medicina da reprodução» alerta, Mário Sousa, especialista em medicina de reprodução laboratorial.
De seguida, indicamos-lhe nove passos para pôr em prática no seu dia a dia, da alimentação ao exercício, não esquecendo, claro, outras rotinas diárias que podem interferir na fertilidade. Tome nota:
1. Controle o seu peso
Segundo a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM), basta perder entre cinco a dez por cento do peso para melhorar a ovulação. Se uma mulher tiver massa gorda em excesso irá produzir demasiados estrogénios, o que faz com que o organismo reaja como se estivesse sob o efeito da pílula contracetiva. Já uma mulher excessivamente magra produz esta hormona de forma insuficiente, o que também afeta o seu ciclo menstrual e a ovulação.
2. Não fume
Os químicos dos cigarros afetam a capacidade do corpo de produzir estrogénios, a hormona que regula a ovulação, provocando também lesões no material genético dos ovócitos. No caso dos homens, o tabagismo afeta o desejo sexual, a ereção e a qualidade do esperma.
3. Siga uma dieta rica em antioxidantes
Consuma alimentos como cenouras, brócolos, leguminosas, tomate, agrião ou fruta com polpa colorida. Investigadores de Harvard constataram que quase 80 por cento dos casais inférteis ingerem quantidades insuficientes de alimentos ricos nestes nutrientes. Evite alimentos ricos em açúcar e gorduras. Se possível, opte por carne e por vegetais biológicos. Ponha de parte o álcool e corte na cafeína.
4. Pratique exercício
Desenvolva uma atividade física cerca de três vezes por semana mas de forma moderada.
5. Evite temperaturas elevadas
Incentive o seu parceiro a usar boxers em vez de cuecas apertadas e a evitar calças muito justas, assim como banhos muito quentes e saunas. O sobreaquecimento do escroto prejudica os espermatozoides.
Veja na página seguinte: Por que deve ter um sono disciplinado
6. Controle os horários de sono
Evite deitar-se muito tarde, procure manter um ciclo de sono equilibrado e tente descansar pelo menos oito horas por noite. A privação de sono favorece ciclos menstruais irregulares, o que afeta a ovulação e, consequentemente, a fecundação. Investigadores constataram que, quando dormimos mal, os níveis da hormona leptina, envolvida na regulação do peso e do apetite, diminuem, nalguns casos drasticamente. No caso das mulheres inférteis, esses níveis são, de facto, baixos.
7. Evite os duches vaginais após as relações sexuais
Ao realizá-los após as relações sexuais, estará a eliminar o fluido cervical que permite que o esperma chegue mais rapidamente ao útero. Além disso, o duche altera o pH da vagina, prejudicando o equilíbrio acidezalcalinidade necessário à sobrevivência dos espermatozoides.
8. Tenha cuidado com a medicação
Anti-hipertensores e antidepressivos podem diminuir a libido e, nos homens, dificultar a ereção. Se estiver a tomar estes ou outros medicamentos, fale com o seu médico.
9. Aprenda a gerir o stresse
Os níveis de stress elevados, afetam a regularidade do ciclo menstrual, a qualidade do sémen e a implantação. Um estudo realizado pela Universidade da Califórnia constatou que as mulheres que sofriam de maiores níveis de stresse ovulavam cerca de 20 por cento menos.
Texto: Nazaré Tocha e Rita Miguel com Mário Sousa (especialista em medicina de reprodução laboratorial)
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