Chama-se "American Childbirth: Exposing the silence" e é uma sessão fotográfica capaz de comover qualquer mulher, mas especialmente aquelas que são mães. Lindsay Askins e Cristen Pascucci são as mentes por detrás deste projeto fotográfico que pretende dar voz aos milhares de mães que passaram por partos traumáticos.
O objetivo é elucidar as pessoas sobre o trauma do parto e a violência obstétrica, uma realidade que muitos desconhecem e bastante comum nos Estados Unidos. Com a recolha destes depoimentos, o "American Childbirth: Exposing the silence" pretende também que estas mulheres se sintam compreendidas e percebam que não estão sozinhas. Aqui ficam quatro histórias marcantes.
Heather, Berkely
“Estava deitada na sala de operações com o meu marido. Os meus braços estavam a mexer-se muito depressa. Só queria dar um abraço a mim mesma. Os médicos ameçaram prender-me, por isso mantive o meu corpo como se fosse um crucifixo. Chorei. Vomitei. Implorei ao anestesista que me limpasse a boca. Ele fez de conta que não viu. Depois passaram-se horas até ter o bebé nos meus braços.”
Andrea, Richmond
“Como sobrevivente de violência sexual, eu sabia que corria o risco do parto desencadear uma série de emoções. Tentei ser proativa e falar das minhas necessidades mas fui ignorada. Quando estava pronta para fazer força, obrigaram-me a deitar de costas com os pés virados para a porta. Quando o médico se aproximou de mim, tresandava a cigarros e perguntou-me, quase em forma de engate: “Então está pronta para ter um bebé?” Quando ele nasceu, levaram-no para longe e deixaram-me sozinha, exposta e deitada, com o médico a coser-me. O meu trauma sexual voltou e isso foi o início de uma depressão grave e severa que poderia ter sido evitada”
Richelle, Denver
“Eu recebi uma epidural que recusei quando o procedimento estava a ser feito. O período em que estive hospitalizada foi altamente traumatizante uma vez que fizeram uma episiotomia sem o meu consentimento e o obstetra passou o tempo todo a perguntar-me se conseguia sentir aquilo que estava a fazer. O meu caso ilustra bem o abuso relacionado com os partos."
Katie, Baltimore
“Eu nem me lembro das primeiras duas semanas de vida do meu bebé… recordo-me de movimentos… de ter deixado o hospital e pensar: ‘Como é que posso tomar conta de um bebé recém-nascido, quando não me consigo levantar sem ter alguém a ajudar-me?’ Imagine que se está a afogar e alguém lhe coloca um bebé nos braços – foi isto que aconteceu. Eu mal conseguia tomar conta de mim própria e tinha um bebé a meu cargo."
Para mais histórias comoventes, consulte o site do projeto.
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