Cada criança possui o seu próprio ritmo de desenvolvimento global sendo que o mesmo ocorre no que concerne à alimentação. De facto, ainda que alguns comportamentos alimentares sejam transitórios e relativamente comuns nas crianças, as perturbações da alimentação podem afetar a qualidade e variedade da ingestão alimentar, com consequências graves para a saúde na infância, assim como na fase adulta.

Ainda que existam grupos considerados de risco, para as perturbações da alimentação, como por exemplo, as crianças com diagnóstico de perturbação do desenvolvimento, nascimento prematuro, doenças coronárias congénitas, problemas gastrointestinais ou diabetes Tipo 1, todos os pais deverão estar atentos aos sinais enviados pelas suas crianças.

Sinais de alerta:

  • Alterações significativas de peso;
  • Problemas em respirar enquanto come ou bebe;
  • Engasgos frequentes;
  • Choro excessivo na hora da alimentação;
  • Baba ou escape de alimento/líquido pela boca;
  • Dificuldades na mastigação e/ou deglutição de alimentos sólidos
  • Ingestão de pouca variedade de alimentos;
  • Recusa de alimentos com base na sua textura, cor, temperatura ou sabor;
  • Tempo de refeição superior a 60 minutos;
  • Alterações significativas na dinâmica familiar.

Se identifica um ou mais comportamentos como frequentes na hora da refeição, é sugerida uma avaliação por parte do terapeuta da fala, inserido numa equipa interdisciplinar, de forma identificar e diagnosticar as perturbações da alimentação de forma precoce, contribuindo para uma referenciação mais eficiente e auxílio especializado.

As perturbações da alimentação podem levar a perturbações no desenvolvimento oromotor, com implicações na fala e comunicação, obesidade ou alergias alimentares, entre outras alterações.

O objetivo do terapeuta da fala é sempre o de tornar a hora da refeição num momento seguro, feliz e saudável quer para os cuidadores quer para a criança.

Por Ana Cláudia Lopes, Terapeuta da Fala da SpeechCare

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