Todos os anos, quando terminam as férias de verão, o entusiasmo regressa.

 

Lápis, cadernos, livros, régua, esquadro, tesoura, a lista de objetos indispensáveis parece interminável.

 

No topo encontramos, claro está, o mais importante. A mochila!

Companheira inseparável do dia a dia e imagem de marca dos seus ídolos da TV, desde a Barbie, ao Batman passando pelos heróis da Disney, a mochila pode revelar-se uma inimiga da mobilidade e crescimento saudável da criança.

Mais do que seguir as cores ou a moda do momento, a compra da mochila deve ser um ato refletido e respeitar certas regras que garantam uma convivência saudável com a coluna vertebral. Aprenda a escolher o modelo ideal para o seu filho e a usá-lo adequadamente, para que no caminho para a escola, ele não tenha a sensação de que traz o mundo às costas.

Mil cores e feitios

O tempo da pasta em cabedal já lá vai. Hoje em dia a diversidade é grande. Entre os modelos para trazer na mão, a tiracolo ou aos ombros, o mais cómodo e adequado para a criança é, sem dúvida, a mochila.

Composta por duas alças, esta permite distribuir o peso uniformemente pelas costas e músculos abdominais. Outra solução parece ser a nova geração de malas com rodas. Apesar de retirar o peso dos ombros, estas revelam-se pouco práticas em piso irregular ou escadas, alturas em que se torna necessário carregá-las.

Fardo pesado

Embora a mochila seja considerada a melhor opção, se usada incorretamente pode provocar dores nos ombros, nuca e costas, favorecendo má postura e problemas ósseos e musculares. Carregar muito peso ou usar apenas uma alça, por exemplo, leva a criança a adotar uma postura incorreta para compensar o desequilíbrio.

Alguns modelos são também pouco eficazes na distribuição do peso como as mochilas com uma única alça e outros, de alças finas que marcam os ombros e podem afetar a circulação sanguínea e gerar dormência ou fraqueza nos braços. Quanto às malas com rodas, devem ser adaptadas à altura da criança para evitar que esta se curve para puxar.

Em exame

Antes de aceder ao pedido insistente do seu filho para comprar aquela mochila especial, saiba como identificar a mochila apropriada.

Esta deve ser composta por duas alças largas e acolchoadas, a zona de contacto com as costas reforçada para evitar que os lápis ou livros magoem a criança e um cinto acolchoado para manter a mochila apoiada na cintura.

Os modelos com vários bolsos permitem repartir melhor o peso. Convém ainda salientar que o material deve ser leve, impermeável e, de preferência, possuir refletores, que garantam a visibilidade no caminho para a escola.

Manual de instruções

Após a compra, chega a hora de tratar do recheio. Segundo a American Pediatrics Association, a carga da mochila não deve exceder o equivalente a dez por cento do peso da criança (por exemplo, se pesar trinta quilos não deve transportar mais de três).

Visto que a maioria das escolas portuguesas ainda não dispõe de cacifos, a carga diária é elevada e exige atenção acrescida. Primeiro, ajude o seu filho a excluir o supérfluo, como a consola ou a coleção de lápis.

De seguida, ensine-o a arrumar a mochila, colocando os objetos pesados na zona junto às costas e repartindo a carga de forma equilibrada. Ajuste as alças da mochila e certifique-se que de está apoiada nos ombros e cerca de cinco centímetros acima da cintura. Por último, explique-lhe que deve poisar a mochila no chão sempre que possa e que, ao colocá-la às costas, deve fletir os joelhos e pegar-lhe com ambas as mãos.

Texto: Manuela Vasconcelos