O seu filho continua a fazer chichi na cama durante a noite?
Saiba que sofre de enurese, uma micção involuntária a partir de uma idade na qual já se deveria ter adquirido o controlo da bexiga, sendo a noturna a sua manifestação mais comum.
Segundo a equipa médica do Serviço de Pediatria do Hospital de Braga, instituição certificada pelo Health Quality Service (HQS), «a enurese é involuntária, pelo que a criança não deve ser castigada ou culpabilizada. Um ambiente de ansiedade ou rigor excessivos em relação a este problema podem tornar-se nocivos e adiar a resolução», sublinha Helena Silva, assistente de Pediatria.
Em 2007, foi realizado o primeiro estudo nacional com o objetivo de estimar a prevalência da enurese noturna em crianças do ensino básico. A partir desta investigação concluiu-se que existe uma prevalência global da enurese noturna de 6,9% (9,4% para o sexo masculino e 4,3% para o sexo feminino).
Apenas metade das crianças com este problema foi levada ao médico e apenas um terço recebeu algum tipo de tratamento. Este é talvez um problema causado pela falta de informação dos pais que devem, no entanto, estar cientes de que a enurese não é uma doença, mas uma disfunção fisiológica que pode e deve ser tratada.
São vários os fatores que contribuem para esta situação e, geralmente, estão relacionados com a profundidade do sono, a menor capacidade da bexiga e uma maior produção de urina durante a noite.
Segundo os médicos do Serviço de Pediatria do Hospital de Braga, os pais devem ajudar a criança a resolver este problema incentivando-a através de um sistema de prémios, à medida que vai conseguindo o controlo. «É fundamental relembrar que a enurese é involuntária, pelo que a criança não deve ser castigada ou culpabilizada. Um ambiente de ansiedade ou rigor excessivos em relação a este problema podem tornar-se nocivos e adiar a resolução», alerta Helena Silva, assistente de Pediatria.
Os conselhos preconizados por estes especialistas incluem-se a redução da ingestão de líquidos à noite e a adoção de vários comportamentos que estimulem a criança a levantar-se durante a noite para ir à casa de banho, nomeadamente deixar uma luz acesa, deitá-la num dos quartos mais próximos da casa de banho e desencorajar o uso das fraldas.
Se o problema persistir, leve o seu filho a uma consulta de pediatria. «Se optar por recorrer ao uso de fármacos, deve fazê-lo com a prescrição de um médico especialista na área», recomenda Helena Silva, assistente de Pediatria.
«Estes medicamentos fundamentam a sua ação na produção de um efeito antidiurético. O mais comum é a desmopressina, que pode ser administrada por via oral ou intranasal», explica a especialista.
«É de salientar que o seu uso só é recomendado em crianças com mais de 5 anos de idade, devendo a dose ser adequada ao seu peso e administrada sob vigilância médica. Estes fármacos têm como efeitos secundários a hiponatremia (baixa de sódio) e, consequentemente, convulsões e retenção de água», avisa ainda.
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