1. Ponha o bebé no berço. Sozinho.

A Academia Americana de Pediatria (AAP) sabe como a falta de sono dos bebés pode levar os pais à exaustão. Por isso, recomenda que os bebés partilhem o quarto dos pais nos primeiros seis meses, mas nunca a cama. “Todos os meses chegam ao hospital bebés que morrem sufocados durante o sono e que estavam na cama dos pais”, confirma Jamie Kondis, pediatra do St. Louis Children´s Hospital, no Missouri.

2. Vacine a criança.

Embora haja consenso científico em relação a este tema, alguns pais ainda resistem a vacinar os filhos. E, salvaguardando casos em que a criança é alérgica a uma vacina, os pediatras encaram a vacinação como um procedimento natural e obrigatório. “Muitas casos graves que encontramos nos cuidados intensivos podiam nunca ali chegar se as crianças tomassem as vacinas”, diz um pediatra do Hospital Infantil Monroe Carell Jr., em Nashville, Tennessee, usando como exemplo o sarampo e a papeira.

3. Coloque-lhe um capacete.

Mais de 2,2 milhões de crianças entre os 5 e os 17 anos – em média mais de 600 por dia – foram atendidas em serviços de urgência norte-americanos entre 2006 e 2015, segundo uma pesquisa divulgada pela revista Accident Analysis & Prevention. A maioria dos casos entrou com um ferimento na cabeça depois de um acidente de bicicleta, “porque os miúdos não usam capacete”, explica a médica Jamie Kondis. A maioria dos pediatras aconselha os pais a equiparem os miúdos com essa proteção. Poucos seguem a recomendação, apesar de haver instituições de saúde que até os oferecem.

4. Não lhe dê tanto açucar.

Se há lugar onde a guerra entre frutas e vegetais versus salgados e doces não tem tréguas, esse lugar é o consultório do pediatra. Que defende, claramente, a primeira fação. “Eu falo até ficar rouco sobre os malefícios dos sumos com adição de açúcar e dos refrigerantes e ainda há pais que pensam que isso não faz mal”, queixa-se Nick DeBlasio, pediatra Cincinnati, Ohio.

5. Mantenha os medicamentos fora do alcance das crianças.

A segurança dos medicamentos é outra discussão recorrente nos consultórios pediátricos, primeiro devido aos riscos de ingestão em crianças pequenas, mais tarde pela hipótese de recorrerem a eles em busca de opiáceos. “As crianças pequenas conseguem abrir mais embalagens de medicamentos do que aquilo que os pais imaginam”, garante Jamie Kondis. “Assistimos a muitos casos de ingestão abusiva”. As tampas resistentes nem sempre conseguem travar os ímpetos infantis, sendo os pais aconselhados a colocar remédios prescritos e sem prescrição num armário fechado à chave para evitar envenenamentos acidentais ou overdoses.

6. Guarde bem objetos perigosos.

Num país como os Estados Unidos, os médicos aconselham frequentemente os pais a manter as armas de fogo num cofre e a usar bloqueadores para que elas não possam ser manejadas e disparadas por uma criança. “Dizemos constantemente aos pais para colocarem trancas nas armas. Mas muitos deles ainda não o fazem”, alerta Kondis, rematando: “Deparamo-nos com inúmeros ferimentos acidentais com armas nas urgências e também vejo muitos casos no consultório, na cidade”.

7. Proteja a criança do sol em excesso.

“Aparecem-nos muitas crianças com queimaduras solares”, afirma DeBlasio, explicando que, muitas vezes, os pais não se lembram de aplicar protetor solar quando sabem que as crianças vão passar o dia ao ar livre. “Qualquer criança a partir dos seis meses deve usar protetor solar”, recomenda o médico. Bebés mais pequenos devem ser mantidos longe do sol e usar roupas de proteção – como chapéus e tecidos de algodão que cubram a pele.

8. Não a encha de remédios.

Na época alta das gripes e das constipações, os pais querem ver os filhos bons depressa – claro. Mas isso não tem de significar encharcá-los em medicamentos. “Nenhuma medicação cura uma constipação comum”, garantem os pediatras. E usar um antibiótico que trata infeções bacterianas para eliminar um vírus não vai resultar. As crianças são expostas a um excesso de medicação que ajuda alguns vírus a desenvolverem resistência a antibióticos. “Em vez disso, preocupe-se com o conforto da criança e insista com ela para beber muitos líquidos e tomar paracetamol para as dores”, aconselha-se.

9. Tenha cautela no automóvel.

Em muitos hospitais dos EUA, as equipas médicas ensinam os pais a transportarem os recém-nascidos no carro de forma segura antes de os mandar para casa. Há também múltiplas campanhas de informação pelas autoridades de segurança rodoviária. “As crianças têm de ser transportadas em equipamentos voltados para trás, pelo menos até aos dois anos”, diz Kondis. “Além de não apressarem a mudança para um assento voltado para a frente, os pais também devem consultar o pediatra sobre outras questões de segurança do assento do carro sempre que tiverem dúvidas”. Mas isso muitas vezes não acontece.

10. Atenção ao tempo passado diante de um ecrã.

O problema é que não são só as crianças – tal como elas, muitos pais passam o dia colados ao ecrã do computador, tablet, smartphone… O facto de passarem demasiado tempo expostas à luz azulada desses aparelhos pode fazer com que desenvolvam problemas de sono. “Aconselho as famílias a nunca levarem o tablet, telemóvel e até a televisão para dentro do quarto”, diz DeBlasio. “Os meus pacientes são encorajados a contabilizar o tempo que os miúdos gastam com gadgets durante o dia”. Muitos fazem ouvidos de mercador.