Luísa Castel-Branco lança esta sexta-feira, dia 20, 'Quando eu era pequenina', o primeiro livro de uma triologia em que se 'despe' perante o leitor com memórias inéditas da sua infância. Na manhã de hoje, a autora esteve no programa 'Casa Feliz', da SIC, onde revelou uma das histórias que consta na obra e que lhe deixou marcas para "o resto da vida".

"Vi uma criança presa por um calcanhar a uma casota de cão", conta, referindo-se às viagens de autocarro que fazia quando vivia em Alfragide.

A imagem traumática remete para uma casa na Buraca e Luísa frisa que na altura "nada podia fazer". "Nem sequer vinha ao meu pensamento dizer à polícia. Aquela imagem ficou-me para o resto da vida. Ver a criança a rastejar é uma memória horrível", lamenta.

Este é um dos episódios que a levou a um momento de profunda introspeção e dor. A autora revela que demorou mais tempo a escrever este livro do que qualquer romance porque se envolveu de forma única no processo de escrita, que coincidiu com a morte da mãe. "Dei por mim a fazer uma catarse. Chorei tanto. Dei muito de mim"..

Agora que a obra está pronta para ser entregue ao público, Luísa Castel-Branco confessa que sente "vergonha" pelas confidências feitas, mas muita alegria por saber que, ao lerem os relatos, os netos "vão perceber que o mundo mudou".

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