António Pedro Cerdeira aceitou o convite de Daniel Oliveira e 11 anos depois regressou ao programa 'Alta Definição'. Em entrevista ao apresentador, o ator abriu, uma vez mais, o livro da sua vida.
A relação com os filhos
"Durante muitos anos vivi com o peso de ser pai separado", confessa António, que hoje diz viver tranquilo com a distância a que vive dos dois filhos, Afonso e Lourenço.
O seu lema é aproveitar cada momento com os seus "homenzinhos", de quem se orgulha muito.
"Sinto que eles têm orgulho em mim e fico muito feliz", garante, dando conta de que tem com os filhos uma relação de grande cumplicidade, amizade e companheirismo.
A morte da mãe
"Os pai fazem-nos muita falta", lamenta o ator, que há pouco mais de um ano perdeu a mãe. Ainda que esta tivesse já 80 anos, a sua morte aconteceu repentinamente depois de ter iniciado a quimioterapia para travar a leucemia com a qual lutava.
"É um buraco que fica em ti, acho que não ficas melhor pessoa, ficas mais pobre", afiança.
Ainda em processo de luto, António Pedro Cerdeira só conseguiu entrar três vezes na casa onde a mãe vivia.
"Este é o primeiro trabalho que eu estou a fazer que ela não vê. Era a minha grande fã", realça, recordando a grande ligação que tinha com a progenitora.
"Tenho saudade", admite, sem esconder que o luto tem sido "um processo doloroso".
A repentina decadência física da mãe foi o que mais o magoou.
"Tu veres uma pessoa [a tua mãe], de repente, a transforma-se num cadáver à tua frente é muito complicado", diz.
"Eu sai para vir trabalhar e sabia que era a última vez que a ia ver", continua, lembrando o dia em que, a meio de uma cena nas gravações da novela que estava a fazer na altura, soube da morte da mãe. António quis continuar a gravar e escolheu não tirar os dias de descanso a que teria direito.
"É um processo de cura que eu acho que nunca se cura", atira.
António Pedro Cerdeira, recorde-se, já tinha perdido o pai aos 21 anos. Dos pais, o ator diz guardar a força de lutar pela vida.
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