Como vai ser o seu Natal este ano?

Ainda não sei muito bem. Só sei que vou vivê-lo com sentimentos contraditórios: de alegria, porque este ano não estou presa, mas também de tristeza, porque não vou ter cá a minha mãe, que era a pessoa com quem passava o Natal. Além disso, na nossa família deixamos sempre estas coisas para a última hora.

E os presentes também ficam para o último momento?

Não sou muito de presentes. A única prenda que vou dar é à Beatriz, a minha irmã pequenina (7 anos), porque acho que Natal é para as crianças. Tenho a minha prendinha para a minha irmã e é a única coisa. Sou contra o consumismo nesta altura do ano. As pessoas têm de ser amigas umas das outras durante o ano todo e não só no Natal.

E a Sara, que prenda gostaria de receber? 

Muita saúde e harmonia familiar. Sinto saudades de ter uma família tradicional. Já tive uma e, às vezes, vem-me essa memória… Adoraria poder voltar dez anos atrás. Mas não posso e, por isso, tenho de me conformar com aquilo que tenho.

Tem alguma tradição que cumpra todos os anos?

Quando era com a minha mãe costumávamos passar o Natal com amigos, com pessoas que normalmente não tinham família. Um dia, a minha mãe apareceu em casa com um sem-abrigo, um senhor que ela encontrou na rua e trouxe para partilhar a ceia de Natal connosco. Quem sabe se este ano não trago uma pessoa que precise, para passar o Natal connosco? Seria uma forma de fazer jus à memória da minha mãe.

Lembra-se do dia em que descobriu que, afinal, o Pai Natal não existe?

Não. Acho que nunca acreditei. Gostaria de ter tido essa ilusão, mas acho que sempre soube que o “Pai Natal” era a minha mãe, que me comprava as prendas. E eu também comecei a ganhar o meu dinheiro muito cedo e ia comprando os presentes que queria. 

Neste momento a Sara está sozinha ou tem namorado?

Estou solteira e boa rapariga. Também não ando a procurar, acho que essas coisas acontecem quando tiver de ser.