Há amores difíceis de esquecer. Sempre foi assim a relação dos fãs de 'Morangos com Açúcar' com esta série criada em 2003 e que nove temporadas depois, em 2012, se despediu da televisão portuguesa.

No entanto, o que parecia ser um 'adeus' definitivo ganhou novos contornos em 2018. Em outubro desse ano, Rosa Cullell, CEO da Media Capital, anunciou o regresso da série durante a apresentação da nova grelha do canal. Meses depois, a novidade caía por terra sem que os espectadores ouvissem uma justificação.

A série juvenil da TVI passou entretanto em 'loop' nos canais Panda Biggs e TVI Ficção e foi por lá que conseguiu chegar aos novos adolescentes, alguns deles ainda nem nascidos quando os episódios foram para o ar pela primeira vez. O interesse que este produto televisivo continuou a gerar mesmo fora dos ecrãs tornou inevitável a decisão de apostar no seu tão aguardado regresso, ao qual se quis juntar a Amazon Prime Video.

Em fevereiro deste ano, a TVI assinava um acordo que garante duas novas temporadas desta produção: uma para setembro, outra para o verão de 2024. A decisão, conforme revelou Piet-Hein Bakker, diretor-geral da Plural, ao Fama ao Minuto durante uma visita às gravações do 'reboot' de 'Morangos com Açúcar', foi tomada devido a uma conjugação de vários fatores.

Qual a expetativa que existe em torno deste regresso?

É uma expetativa muito especial, porque não é uma série qualquer. Estamos a falar dos 'Morangos com Açúcar', que é a marca mais valiosa e importante, diria eu, dentro da TVI. É uma grande responsabilidade e a nós cabe-nos arranjar as condições ideais para isto ser um sucesso. É isso que estamos a fazer.

Quando chegaram à conclusão de que fazia todo o sentido trazer de volta esta série?

Quando as peças todas se juntaram. Quando os D’ZRT começaram a marcar concertos com muita procura, quando a Amazon Prime Video se quis juntar e permitir que isto fosse feito em formato de série e não em formato de novela, e quando a TVI achou que era o momento certo

E o que vos fez aceitar esta parceria com a Amazon Prime Video?

A Amazon Prime Video estava interessada neste projeto e em aliar-se à TVI, criando um projeto de ambas. Queriam um projeto como este e, ao mesmo tempo, garantiam a emissão em Portugal, Espanha e Brasil. Esse lado de internacionalizar a marca também nos interessou imenso.

Como será feita a divulgação dos episódios? Irão sair primeiro na plataforma de streaming e, depois, na TVI, ou há outra proposta em cima da mesa?

Isso terá de ser a Amazon Prime Video e a TVI a revelarem no momento certo

Podemos esperar uma nova temporada na linha das anteriores ou algo completamente diferente?

Estamos a fazer uma série para o público-alvo jovem-adulto, dos 12 aos 40 anos de agora, e não de há 20 anos. A sociedade evoluiu, as pessoas veem coisas diferentes agora. Há uma maior exposição aos conteúdos do que havia antes. Temos de acompanhar esta evolução.

O que o leva a acredita que os 'Morangos' continuam a fazer sentido nos dias que correm?

Porque faz falta, na televisão portuguesa, uma série a que os ingleses chamam 'coming-of-age', as séries em que os protagonistas são jovens e em que podemos ver o ponto de vista deles. Acho que isto fazia falta.

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