O guitarrista Pedro Branco disse à Lusa que todas as memórias que tem do cantor Marco Paulo, que morreu hoje, "vêm de um sítio de muita luz e de um sítio muito bonito".
"Cruzei-me com as canções do Marco Paulo não há muito tempo, não foi uma coisa com que cresci, mas tem sido um trabalho que tenho andado a desenvolver, e bastante intenso", disse o guitarrista, que há cerca de quatro anos começou um projeto de reinterpretação de temas do cantor.
Marco Paulo, nome artístico de João Simão da Silva, morreu hoje, aos 79 anos, vítima de cancro.
Com a morte de Marco Paulo, Pedro Branco afirmou à Lusa ter dado por si "a pensar um bocadinho", chegando à conclusão de que essas memórias de muita luz são também aquelas que pensa que todos deviam guardar.
"E é isso que eu acho que quero perpetuar se continuar a desenvolver este trabalho que tenho andado a fazer também", acrescentou.
Em "vez de ser quase uma homenagem ao cantor, é uma homenagem a esse sítio de luz e que tanta alegria deu a tanta gente", frisou, acrescentando pensar ser também o que se deve "preservar enquanto povo português".
Sem querer falar da perda de Marco Paulo - porque ainda que o tenha conhecido não lhe era próximo -, o guitarrista argumentou que o que lhe cabe "é olhar para a obra e refletir" sobre ela.
"Acho que o que temos de guardar é essa luz e esse brilho e esse sítio luminoso onde eu acho que estava o repertório e a obra do cantor Marco Paulo e acho que é isso que nós devemos preservar", sublinhou, admitindo que vai tentar continuar a trabalhar sobre a obra.
Admitiu, todavia, tratar-se de "um tema um bocadinho delicado", pois já gravaram um disco com o trabalho que têm vindo a desenvolver e o disco vai sair, ainda que não saiba bem "em que contornos, nem como".
O projeto de reinterpretação dos temas de Marco Paulo surge em formato de um trio de jazz, a que se juntam os músicos João Sousa na bateria e Carlos Barretto no contrabaixo.
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