A polémica troca de farpas entre Catarina Furtado e a deputada do partido Chega Rita Matias continua a dar que falar e a motivar reações entre as figuras públicas.

Depois de Nuno Markl ter comentado a celeuma, admitindo que é alvo de ameaças há anos relativamente ao seu trabalho na RTP, foi a vez de Helena Coelho, antiga apresentadora do canal público, pronunciar-se.

Helena Coelho começou por reagir saindo em defesa de Catarina Furtado e tecendo duras críticas à deputada do Chega, afirmando mesmo que esta revela uma "ignorância chocante".

"O ego inflamado da Rita Matias ao ser confrontada com a própria ignorância chocante saiu em fúria desonesta e em molde com os seus valores fascistas e medíocres. Ora, vejamos. Uma deputada na AR [Assembleia da República], pelo Chega, não saber qual o valor pago pelo RSI [Rendimento Social de Inserção] - quando o mote da campanha do seu partido é acabar com o mesmo - é de uma ignorância chocante, que envergonha e descredibiliza não só o seu partido mas também a figura representativa de um/a deputado da AR.

A Catarina Furtado ao espelhar a realidade da ignorância da Rita Matias, fez o seu papel cívico de alerta às consciências adormecidas e escancarou o óbvio: o problema do RSI para a Rita Matias em nada tem a ver com os gastos com o mesmo - é impossível ter a ver quando esta desconhece se o valor deste subsídio é de 1 euro ou 1.000 euros. Tem a ver, tal como a Catarina Furtado salientou e bem, com o ódio da Rita Matias dirigido às classes mais frágeis. E daí percebe-se bem que a agenda do seu partido é direcionada à implementação de divisões sociais perigosas para a sociedade democrática, humanista e solidária que os valores de Abril conquistaram. A resposta da Rita Matias à Catarina é medíocre, infantil e espelha mais uma vez a sua ignorância. O ataque foi dirigido ao salário da Catarina Furtado".

Em seguida, a antiga apresentadora da RTP1, que está agora afastada da televisão e dedicada apenas aos trabalhos como modelo e criadora de conteúdos digitais, enumerou quatro pontos que considera fulcrais na discórdia entre Rita Matias e Catarina Furtado, entre eles o valor do salário da comunicadora.

"1. - O salário da Catarina Furtado é significativamente inferior ao que um/a apresentador/a do seu prestígio ganha nas estações privadas.

2. - A figura da Catarina e o que ela representa pela sua contribuição humanitária, pelos valores sociais e pela igualdade de género, é um exemplo que deve ser mantido como cara de uma estação pública.

3. - O salário da Catarina está muito abaixo do retorno que dá à estação pública pelos compromissos publicitários pagos à estação pública, sendo emitidos não só nos intervalos do programa mas também nos patrocinadores do programa que investem por ter a figura da Catarina a apresentá-lo. Ou seja, investem não só pelo papel da apresentação de prestígio, mas também pelo ativismo social que é praticado pela Catarina fora dos seus compromissos com a RTP.

4. - A Rita Matias ter ripostado desta forma abriu ainda mais as portas para espreitarmos a irresponsabilidade política de um partido que tem a intenção de acabar com o RSI quando desconhece de todo o mesmo. A irresponsabilidade espelha-se ainda mais ao comprido quando nota-se um total desconhecimento por parte de uma das caras mais representativas do Chega sobre os trâmites financeiros na gestão de recursos da estação pública".


© Reprodução Instagram - Helena Coelho


© Reprodução Instagram - Helena Coelho

Como teve início a polémica?

Recorde-se que a celeuma teve início depois de Rita Matias ter dado uma entrevista ao programa 'Facto Político', da SIC Notícias, cujas declarações deram origem a uma peça do jornal Expresso que destacava a sua opinião sobre o que aconteceu recentemente em Loures - a demolição de barracas no bairro do Talude.

Catarina Furtado não ficou indiferente às declarações e manifestou através das redes sociais o seu desagrado, motivando uma reação da candidata à Câmara Municipal de Sintra.

Rita Matias reagiu através de um vídeo no qual retribuí o uso da palavra ignorante e condenou o ordenado que Catarina Furtado recebe na RTP1. "[...] Nós sabemos que o salário da Catarina é cerca de 15 mil euros por mês. Pagos por quem? Pelos contribuintes portugueses! Isto sim parece-me profundamente indecente e imoral, porque não reconheço no trabalho da Catarina uma necessidade de tal para ter este valor", apontou a deputada.

No que respeita à opinião de Helena Coelho, a criadora de conteúdo digital terminou a sua partilho referindo:

"Com isto vemos os rostos representativos da noite fascista, que espreita agora entre nós. A Rita Matias quer acabar com a Catarina Furtado. Acabar com Catarina Furtado é acabar com o que representa. Ela representa, não só os frágeis que não têm voz, mas também aqueles a quem não lhes é indiferente o sofrimento alheio. A humanidade e o melhor da natureza humana ficará moribunda se os passos largos do fascismo não forem esmurrados como a Catarina o fez".


© Reprodução Instagram - Helena Coelho

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