Lara Fabian fez 50 anos em janeiro e contava assinalar a data com a digressão mundial "50 world tour". A pandemia viral de COVID-19 obrigou-a a cancelar os espetáculos que estavam agendados mas não a impediu de aceitar o convite para ser a estrela principal de "Lara". Um documentário produzido por uma plataforma de distribuição de conteúdos canadiana repleto de revelações dramáticas, como é o caso do aborto espontâneo que a artista canadiana de ascendência belga sofreu há três anos.
"O bebé não tinha coração", confidencia a cantora, compositora, atriz, instrumentista e produtora discográfica, que já gravou um dueto com Tony Carreira, "Um amor assim (Je t'aime)", uma das canções que integram o disco "Le cœur des femmes", que o cantor português lançou no início de 2017. No documentário, Lara Fabian recorda também os abusos de um empresário musical romeno, que a contratou para ir atuar a Bucareste, na Roménia, mas nunca lhe chegou a pagar o cachê negociado.
A intérprete de "Love by grace" e "I will love again" ainda chegou a viajar para a capital romena mas, como não recebeu o dinheiro, recusou-se a sair do hotel. "Não posso ignorar nem tolerar estes abusos", afirmou na altura, anunciando que iria recorrer aos tribunais para fazer cumprir o contrato assinado. A rival Céline Dion, com quem chegou a ser comparada no início da carreira, é outra das visadas. "A equipa dela fez tudo o que pôde para me impedir de ter êxito nos EUA", acusa Lara Fabian. "O clã da Céline Dion, que também tinha contrato com a Sony Music, não ficou quietinho no seu canto", denuncia a artista nascida em Etterbeek.
"De um momento para o outro, vi-me recambiada para outra editora, que me queria transformar numa pseudo diva da música de dança. Mandaram-me vestir um Wonderbra [marca de sutiã que acentua o peito feminino] e fazer movimentos enquanto cantava", recorda. "I will love again" fez sucesso na Bélgica, em França, nos EUA, na Áustria, no Canadá, em França, na Hungria, na Islândia, em Espanha e na Suíça, mas a cantora romântica nunca se identificou com aquela sonoridade.
"Foi nessa altura [1999] que a minha descida aos infernos começou", confessa Lara Fabian. "A imprensa aproveitou-se disso [comparação constante com Céline Dion] para me fazer sofrer. Mas estou longe de ser a única [artista] a queixar-se desse tipo de aproveitamento", defende. À medida que os anos foram passando, a artista aprendeu a desvalorizar as adversidades com que se foi deparando. "Sempre fui muito amada mas também fui muito detestada", desabafa a intérprete de "Adagio".
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