O passado sábado (14 de maio) ficou marcado nos Estados Unidos por um massacre que aconteceu num supermercado de Buffalo, que matou 10 pessoas e feriu três.

Segundo os agentes da polícia que estão a investigar o ataque, o alegado atirador, Payton Gendron, de 18 anos, terá tido motivações raciais para o crime.

Não ficando indiferente ao assunto, Nuno Markl partilhou uma capa do jornal Daily News com a manchete 'Diabo puro. Jovem caucasiano ataca negros, mata 10 pessoas e coloca arma no pescoço antes de ser detido'. Posteriormente, deixou a sua opinião sobre o assunto.

"Justiça vai fazer-se, mas Payton até se safou airosamente: foi preso sem que um joelho o sufocasse contra um passeio, sem ser espancado nem morto - sorte que não tiveram outros cidadãos americanos que, ao contrário de Payton, nenhum mal fizeram.

Nestas alturas haverá sempre quem diga 'ah, isto a culpa é dos filmes e dos videojogos violentos'. Adultos dizem isso para se descartarem da responsabilidade de educar e acompanhar as suas crianças - sempre melhor culpar outra malta.

Mas a verdade é que a mãe de Payton, há uns anos, tinha publicado uma série de fotos fofas de uma Noite de Natal onde, do meio das prendas, sobressaía a caixa de uma arma de fogo real. Tinha ele então 16 anos.

Quanto ao manifesto racista de Payton, era influenciado não por um videojogo, não por um filme, mas pela teoria de substituição dos brancos entusiasticamente vomitada pelo inenarrável Tucker Carlson no seu programa da Fox News. Foi esse o combustível.

Payton, 18 anos, armou-se, meteu-se num carro, foi a uma zona onde vive uma forte comunidade afro-americana e abriu fogo contra pessoas dessa comunidade que faziam as suas compras num supermercado. Matou sobretudo cidadãos sénior. Avós nas compras, sem imaginarem o que aí vinha.

Payton, que nada de bom ou útil fez na vida, matou, por exemplo, Pearly Young, 77 anos de idade, 25 deles a trabalhar numa mercearia onde, todas as noites, alimentava pessoas pobres e sem-abrigo".