O pai de Nuno Markl morreu há cerca de seis anos, mas o humorista continua a recordá-lo em datas especiais, como a passagem de ano.
“Durante anos da minha vida, o ritual de Ano Novo imediatamente pós-meia-noite era ligar para a minha mãe e, logo de seguida, para o meu pai. Breves minutos após a meia-noite, liguei para a minha mãe e, logo de seguida, durante uma breve fração de segundo, formou-se na minha mente o pensamento automático ‘e agora vou ligar para o pai’. E tem sido assim desde 2010, o ano em que ele morreu. Não há nenhuma destas passagens de ano em que não aconteça essa incrível fração de segundos em que a minha mente me encaminha para uma chamada impossível de realizar”, começou por dizer o comediante na sua página do Facebook.
Mas não é só nesse momento que o seu pai “ressuscita e se torna quase sobrenaturalmente presente”. O mesmo acontece quando assiste na televisão ao “lendário Concerto de Ano Novo, transmitido em direto de Viena pela RTP”.
“Isto para mim é como o Natal ele próprio - desde miúdo, altura em que seria natural achar que uma hora de concerto de orquestra na TV era uma seca, que o Concerto de Ano Novo é um ritual incontornável, que juntava à volta da TV a família toda, algures entre o amor pela música e o amor pelas raízes austríacas”, acrescentou.
Ainda assim, para Nuno Markl o seu pai continua "aqui". "Entre a quase chamada telefónica da meia-noite e o lendário concerto das 10 e meia, 1 de janeiro é claramente o dia em que o meu pai prova que há vida após a morte. Para mim, ele está aqui, em cada nota musical destas peças clássicas que ele amava e conhecia ao detalhe, em cada paisagem de Viena, em cada pormenor do nobre salão do Musikverein. Ele nunca esteve nesta minha casa, mas enquanto o Concerto de Ano Novo decorre, é como se ele estivesse aqui neste sofá. Bom ano, pai!”, rematou.
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