Entre as memórias da infância, o trabalho no mundo da música e as surpresas que recebeu de amigos artistas e da filha, Manuela Bravo recordou a morte do pai, o fadista Loubet Bravo.

A interprete do tema 'Sobe, Sobe, Balão Sobe' esteve à conversa com Fátima Lopes, esta terça-feira, 28 de abril, no programa 'A Tarde É Sua', da TVI.

O meu pai acompanhou-me até 1978. Faleceu num acidente estúpido de comboio. Vinha da Adéga Machado no último comboio, adormeceu, e tentou sair com o comboio em andamento. [...] Na altura tinha 67 anos", começou por lembrar.

Ele estava no pleno uso das suas faculdades, com uma voz maravilhosa. [...] E também foi uma pessoa que deveria ter tido uma maior notoriedade do que teve", destacou de seguida. "Eu tinha 20 anos quando ele faleceu. [...] O meu pai não apanhou a fase da vitória do Festival. Os meus ‘booms’ o meu pai nunca os viveu", acrescentou.

A vencedora do Festival da Canção, em 1979, lamentou ainda o facto de não ter tido mais oportunidades no mundo da música, reconhecendo que "houve más decisões".

"Eu tinha uma posição política na época que era um bocadinho radical", admitiu, afirmando que "hoje não se situa em ângulo nenhum".

Ainda assim, mais à frente, não deixou de dizer: "As coisas não estão fáceis. É preciso dinheiro para investir num trabalho. Não há convites de fora. Se não há verba para investimento, não há disco para ninguém. [...] As coisas estão assim há duas ou três décadas. [...] É um grande problema".

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