Raquel Tavares tem estado mais afastada do pequeno ecrã e voltou aos palcos. Um regresso que está a fazer "devagarinho", com alguma preparação até porque foram quatro anos longe do 'mundo da música'.
Em conversa com os jornalistas no evento Casa Natal Auchan, onde o Fama ao Minuto esteve presente, a fadista descreveu estes últimos meses de 2023 e confidenciou ainda que 2024 será um ano que promete.
"Tem sido um ano bom. Tendo em conta o que se passa no mundo, o meu ano foi incrível. É quase impossível não compararmos a nossa realidade com a dos outros. A não ser que sejamos muito narcísicos. Se houve ocasiões em que pensei que não estava a correr como eu achava, afinal está a correr bastante bem. Sinto-me feliz por estar bem, ter saúde. Isto é um cliché, mas é uma grande verdade. Viver num país que me proporciona alguma estabilidade, alguma paz", destacou.
Felizmente, tenho tido convites para cantar cá, bastantes, estou muito grata com isso, mas quero fazer bem feitinho
"Do ponto de vista pessoal, estou ótima. A programar um futuro próximo, não sei exatamente de que forma, ainda estou a tentar perceber qual vai ser o rumo. Mas estou bem e confiante de que vai correr bem. 2024 vai ser um ano bom", partilhou ainda.
Questionada sobre o que a fez voltar à música, a artista realçou que "teve vontade de cantar, só". "Não houve um plano. Senti saudades de cantar", frisou.
Mas não ficou por aqui e explicou também o motivo que a levou a que este regresso começasse fora do país: "Quero fazer a coisa bem feita e quando tiver de cantar na minha terra, especialmente na cidade de Lisboa ou no meu bairro em Alfama, gostava que fosse uma ocasião que fizesse sentido e que seja justo para todos os lugares. Felizmente, tenho tido convites para cantar cá, bastantes, estou muito grata com isso, mas quero fazer bem feitinho".
"Não quero começar a abrir e fazer tudo. Devagarinho, preparar-me também, porque afinal de contas estive quatro anos fora dos palcos. Portanto, quero primeiro refortalecer-me e depois então começar a cantar na minha terra, que para o ano vai acontecer", prometeu.
Ainda assim, disse, este não é um adeus à representação ou à comunicação. "Estou sempre disposta a fazer tudo, quando é preciso no 'Domingão' lá vou. Acho - cada vez mais e depois deste percurso - que nós devemos fazer o que nos faz felizes. Se me apetecer cantar, canto, se me apetecer dançar, danço…".
"Não posso deixar de viver a minha vida por conta do que os outros pensam. Acho que grande parte, muitas vezes da amargura que vemos na sociedade atual nas redes sociais, vem por conta das pessoas se sentirem espartilhadas em fazer o que lhes apetece por conta do que os outros vão pensar. E por isso revoltam-se com quem tem a ousadia de o fazer. Sinto que foi isso que causou tanta importância ao que eu fiz, que não teve essa importância toda. Foi o facto de ter a loucura ou a coragem de agora não me apetecer fazer isto e de ir fazer outras coisas", refletiu.
Sou uma artista independente, não sou uma contratada da SIC, mas tenho uma afinidade muito grande com a SIC
Assim sendo, confirmou que o afastamento do programa das tardes de domingo da SIC foi uma escolha sua porque precisava 'de seguir' para outros lugares, como "voltar a viajar". "A pandemia, como sabem, condicionou-nos muito nesse sentido. Portanto, quis muito voltar a viajar, estar no Brasil o tempo que queria estar, já não estava lá há muito tempo, tinha muitas saudades. Voltei a estar no Rio, a cantar samba, que me apetecia. Fazer uma coisa não invalida fazer outra. Temos de parar de estereotipar as pessoas. Sou artista e isso pode até dar-me a arte de fazer cafés", realçou, salientando também que o importante é "ter vontade de fazer" não colocando ninguém "em causa".
Por isso, apesar de agora querer voltar à música, não quer dizer que vá recusar algum convite que possa surgir para fazer algo diferente. "Sou a primeira a lá estar se me apetecer", garantiu. "Se me fizer feliz, se me fizer sentido, porque não? É preciso fazer isto", acrescentou.
Ainda sobre a SIC, Raquel Tavares não deixou de destacar a boa relação que mantém com o canal. "Sou uma artista independente, não sou uma contratada da SIC, mas tenho uma afinidade muito grande com a SIC. Se precisarem de mim, obviamente, e se houver projeto para isso, lá estarei de acordo com a minha disponibilidade. Não sou uma apresentadora de televisão. Gosto muito de comunicar e isso serviu-me para estar nos projetos em que estive na SIC. Não direi que sou atriz, não gosto de usar o termo por questão de respeito a quem o é. Sou uma curiosa e gosto de experimentar, mas se houvesse outra oportunidade, claramente lá estaria. Estou sempre aberta a projetos na televisão, tendo em conta que tenho uma relação de muito carinho, afeto com a SIC", frisou.
Mais do que a Raquel voltou a cantar, queria que as pessoas me ouvissem. Ser só fadista
Sobre a reação das pessoas em relação ao retorno aos palcos, Raquel Tavares diz que "tem sido ótima". "Estava um pouco expectante tendo em conta tudo, mas foi uma imensa surpresa. As pessoas receberam-me com muita saudade. Muito carinho", partilhou, sendo que há muitas pessoas a quererem saber quando é que vai voltar a cantar em Portugal. Quando acontecer, espera, será "um momento bonito". "Sei que vão lá estar pessoas que gostam de mim", disse, reconhecendo também o apoio dos colegas e amigos. "Alguma coisa devo ter feito bem".
Em relação à possibilidade de um novo álbum, não é algo que esteja previsto para já. "Vamos devagarinho", frisou, estando focada em programar, com "muita calma", o seu próximo ano a cantar em Portugal, em "lugares específicos", mas sem grandes salas.
Não será aquele retorno em grande, pois quer "coisas mais pequenas porque é o que a alma lhe pede para já". "Mais do que 'a Raquel voltou a cantar', queria que as pessoas me ouvissem. Ser só fadista, e esse foi o motivo de começar em Espanha, lá ninguém faz ideia de coisa nenhuma e eu sou só uma fadista que foram ouvir. É isso que pretendo, de uma forma muito leve, trazer quando vier cantar a Portugal. Já sabem que voltei, já passou este 'sururu' de ter voltado, e quando eu aparecer a cantar sou só eu a cantar, de uma forma muito menos mediática", justificou.
"Claro que o mediatismo faz falta, é isso que vende, mas também sei o outro lado da moeda e, portanto, pretendo que a coisa seja mais pela música do que por outros motivos", completou.
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