O antigo rei de Espanha, Juan Carlos, terá mesmo de enfrentar na justiça a acusação feita por Corinna Larsen referente a crimes de assédio. A justiça britânica negou a imunidade solicitada pelos representantes do rei emérito.

O juiz que avaliou o processo, Matthew Nicklin, afirma que "nenhum dos fundamentos para defender a existência da imunidade do Estado foi comprovado e, portanto, o processo deve continuar".

Durante duas intensas sessões preliminares, no final de 2021, os advogados do rei emérito tentaram convencer o magistrado de que, devido ao seu estado "soberano" [emérito] e enquanto membro da família real, Juan Carlos ainda gozaria de imunidade.

Corinna Larsen, ex-amante de Juan Carlos I, avançou em dezembro de 2020 com uma queixa na qual exige um pedido de indemnização por ter sido vítima de assédio cometido pelo rei emérito e pela sua equipa, chegando a responsabilizá-lo de "vigilância aberta e encoberta" realizada por agentes do Centro Nacional de Inteligência (CNI) espanhol em Londres - onde reside, mas também em Monte Carlo, onde detém outra morada. O assédio em causa terá ocorrido a partir de 2012 e tinha como objetivo recuperar os 65 milhões de euros que lhe tinham sido transferidos "de forma irrevogável" ou de retomar a relação sentimental.

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