Há uma década, o mundo recebia a notícia da morte de Elizabeth Taylor. Internada há seis semanas no Cedars-Sinai Medical Center, em Los Angeles, a atriz, empresária e ativista americana de 79 anos, nascida em Londres, em Inglaterra, para onde os pais, naturais de Arcansas, nos EUA, emigraram em 1929, não resistiu ao agravamento da insuficiência cardíaca congestiva diagnosticada sete anos antes, em 2004. Morria, assim, uma das grandes divas do cinema clássico e uma das primeiras celebridades da era moderna.

Liz Taylor, como muitos a apelidavam, ganhou fama e mediatismo em Hollywood, para onde o medo da guerra a levou a emigrar, em 1939. Foi lá que se afirmou como artista, apesar da saúde debilitada que sempre teve. Nasceu com escoliose no dia 27 de fevereiro de 1932. Em 1944, durante a rodagem de "A nobreza corre nas veias", faz uma fratura nas costas que só seria detetada anos mais tarde. Em 1956, é operada. São-lhe removidos vários discos intervertebrais e feito um excerto de osso.

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Em 1961, sobrevive a uma pneumonia, mas não escapa a uma traqueotomia. Viciada em álcool e em comprimidos para as dores, faz uma primeira desintoxicação entre dezembro de 1983 e janeiro de 1984. É a primeira celebridade a admiti-lo publicamente. Em 1988, faz a segunda. Nesse período, para além de ser uma fumadora inveterada, também luta contra a obesidade. Chega mesmo a publicar um livro de dietas. Dois anos depois, uma nova pneumonia volta a tirar-lhe as forças. A partir de 1996, deixa de ser vista em eventos públicos. O agravamento do estado de saúde obriga-a a substituir uma anca, o que a obriga a movimentar-se de cadeira de rodas. Logo no ano seguinte, é operada a um tumor cerebral.

Em 2000, a imprensa noticia uma nova pneumonia. Em 2002, a saúde de Elizabeth Taylor volta às revistas cor de rosa. A atriz luta contra um cancro de pele. O último dos golpes é dado pelo diagnóstico de insuficiência cardíaca congestiva, em 2004. Nessa altura, com 72 anos, a artista, ativista e empresária já conta no currículo com 45 filmes, com oito casamentos, com quatro filhos e com 11 perfumes. Mais uma vez pioneira, é a primeira celebridade a lançar uma fragrância com o seu nome.

É também uma das primeiras a assumir o seu ativismo no combate a uma doença que gera muitos medos e ainda mais preconceitos, a sida. Depois de ser uma das cofundadoras da organização American Foundation for AIDS Research em 1985, cria a sua própria fundação a Elizabeth Taylor AIDS Foundation, há precisamente 30 anos, em 1991. Ao longo da sua vida, foram muitas as polémicas em que se viu envolvida. Uma das suas imagens de marca, os olhos azuis com tonalidades violetas, deve-se a uma mutação genética.