Héloïse Adelaïde Letissier nasceu em Nantes há 32 anos mas foi em Lyon, onde viveu antes de se mudar para Paris, que despertou para a música. Mais tarde, numa viagem a Londres, a cantora, compositora e produtora francesa conheceu um grupo de drag queens que a começaram a acompanhar nas primeiras atuações ao vivo. Em 2012, quando lançou o primeiro disco, "Miséricorde", a artista adotou o nome artístico Christine and the Queens. Ao longo da carreira, já vendeu mais de um milhão de discos.

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A cantora norte-americana Madonna é uma das fãs. No entanto, apesar do êxito, Héloïse Adelaïde Letissier garante que continua a sofrer na pele o sexismo de uma sociedade que discrimina e diminui as mulheres. "Não me surpreende que, neste meio, como em todos os outros, a libertação da palavra gere um burburinho que, depois, é difícil de controlar. Todas nós já vivenciámos uma forma mais ou menos ténue de assédio, de comentários sexistas, tal como as nossas congéneres que trabalham em escritórios e que saem tarde do trabalho", lamenta a intérprete de êxitos como "Tilted", "Eyes of a child" e "Doesn't matter". "Não conheço quase nenhuma exceção à brutalidade desta realidade", garante.

Três anos após o surgimento dos movimentos #MeToo e #BalanceTonPorc, Christine and the Queens considera que está na hora de voltar a pôr o dedo na ferida. "Esta é a altura certa para iniciar uma discussão desagradável e aterradora acerca da violência patriarcal. É tempo de a desconstruir e de a dissecar", apela. "Muitas preferiram calar e/ou chorar em silêncio, outras despediram-se. As mulheres não têm de pagar pelos erros dos homens. Já sofrem demasiado com as suas consequências", condena a artista.