Ângelo Rodrigues enfrenta processo de recuperação moroso. À espera que os médicos que o acompanham no Hospital Garcia de Orta, em Almada, onde está desde o passado dia 22 de agosto, na sequência de uma sepsis, lhe dêem alta, o ator e cantor de 32 anos já sabe que terá de ser submetido a um plano de fisioterapia custoso e exigente. "Para já, o importante é perceber se o músculo ficou afetado", sublinha Ana Silva Guerra.

Ângelo Rodrigues "positivo e bem-disposto" depois da fase de apatia e depressão que viveu
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Em declarações à edição desta semana da revista TV Guia, hoje nas bancas de norte a sul do país, a médica do Hospital de São José, em Lisboa, que é especialista em reconstrução plástica e proprietária de uma clínica habituada a lidar com pessoas com problemas de mobilidade na sequência de queimaduras, acidentes e doenças, antecipa o cenário que se segue. Além de perceber a condição atual dos músculos e dos nervos da perna esquerda de Ângelo Rodrigues, a mais afetada, é também essencial confirmar se "aquelas gordurinhas que unem tudo", como lhes chama, também se mantêm no lugar. "Dores, certamente, irá ter", garante a médica.

Apesar das previsões mais otimistas de familiares, amigos e colegas, o artista portuense tem uma longa batalha pela frente. "O andar pode ficar diferente, é verdade. O corpo vai estar diferente depois de tanto tempo numa cama de hospital. A fisioterapia, nos dias de hoje, corrige muitos problemas, mas se a área afetada for grande [será mais difícil]", vaticina Ana Silva Guerra. "As cicatrizes ficam", sublinha mesmo a especialista.

Infeção não afetou ossos de Ângelo Rodrigues. Ator de 32 anos já tentou levantar-se sem ajuda
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"Umas podem ser removidas mas fica sempre uma marca, uma lembrança", refere. "Não é possível voltar à origem primitiva. Há cicatrizes obrigatórias e pode disfarçar-se mas é quase impossível apagá-las", refere também o cirurgião plástico Biscaia Fraga, um dos mais conceituados do país. Além da recuperação física, Ana Silva Guerra alerta para o desafio psicológico que o ator também terá de enfrentar. "Nestes casos, como acontece com os queimados, há depois aquela fase em que vai ter de lidar com as mudanças. O equilíbrio, as cicatrizes e, no caso dele, o escrutínio público que foi feito sobre tudo o que se passou", adverte a médica.

"Habituado a ser visto com uma certa imagem, acredito que não vá ser fácil", antevê a especialista. Nascido no Porto, a 9 de setembro de 1987, Ângelo Rodrigues estreou-se na televisão portuguesa com a telenovela "Doce fugitiva", exibida pela TVI em 2006, mas foi na quinta temporada da série "Morangos com açúcar" que ganhou fama. As viagens são, a par da música e da representação, uma das suas grandes paixões.