Ana Loureiro, acompanhante de luxo e proprietária de uma casa em Lisboa onde 28 mulheres vendem o corpo, esteve à conversa com Manuel Luís Goucha no programa das tardes da TVI desta terça-feira, e surpreendeu ao manifestar vontade de abandonar a atividade. Um desejo que pretende realizar quando vir cumprido o seu maior propósito: a legalização da prostituição.

"A prostituição não traz nada de bom. Por isso é que queremos sair, mas ninguém nos dá oportunidades", desabafou.

Questionada se, depois de 15 anos como acompanhante, "não tem o dinheiro suficiente para sair da profissão", Ana Loureiro afirmou: "Não porque eu dou tudo. Ajudo as raparigas. Elas pagam metade, é 50/50, mas às vezes não porque chegam com muitas despesas, rendas em atraso...".

"Vou-lhe dizer isto com todo o meu coração, eu lancei um livro ['Eu Sou uma Acompanhante de Luxo: O retrato fiel de uma certa prostituição em Portugal'], os meus filhos leram o livro, só não queria que eles me apontassem o dedo, e pensei que se ia fazer dinheiro, como a Carolina Salgado, ao menos o meu tem história. Não vendi nada até agora e ainda fiquei a dever 2 mil euros à Leya [a editora]", confessou.

Com 39 anos, Ana Loureiro olha para o futuro com serenidade. Depois de ver legalizada a atividade, quer regressar ao curso de Direito e abrir um lar para idosos.

"Depois de estar tudo encaminhado, não quero continuar a ser prostituta. Quero uma vida diferente para mim. Quero acabar os meus dias a fazer o bem. Não quero que os meus filhos me conheçam como: 'A minha mãe foi prostituta e autora da legalização'. Quero que me conheçam como: 'A minha mãe foi uma senhora que conquistou o respeito de uma sociedade'", rematou.

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