Jessica Athayde foi a protagonista do programa 'Alta Definição' deste sábado, dia 10. Nesta conversa com Daniel Oliveira, a atriz falou abertamente sobre assuntos mais delicados a nível pessoal, entre eles, a relação que mantém com os pais e com Diogo Amaral, pai do filho, Oliver, que completará dois anos em junho.

"Os meus pais nunca estiveram juntos e eu nunca tive uma relação presente com o meu pai. Era um almoço por semana. À medida que fui crescendo é que fui questionando o porquê. Foi-me explicado, mas não foi por isso que foi mais fácil", nota, revelando que na adolescência passou por uma fase particularmente complicada.

"Acho que idealizei uma situação em que iria ter o meu pai mais presente. Tive de fazer as pazes com a situação e tive de aceitar o meu pai como ele é. A partir daí as coisas ficaram mais tranquilas", fez saber, referindo que algo só aconteceu quando foi mãe.

A terapia - à qual ainda hoje recorre -, foi fundamental para conseguir superar todas as dúvidas, medos e conseguir "arrumar gavetas" a nível de saúde mental.

"O meu pai sempre me assumiu e sempre esteve presente à sua maneira", afirma, recordando que foi fruto de uma relação extraconjugal e que, por isso, mesmo estando presente, notava a ausência do progenitor. "Tenho 35 anos e ainda hoje não sei onde é que ele vive", partilha, sublinhando que nunca esteve na casa do pai.

"Foi difícil aceitar que o meu pai tinha uma família e que eu não fazia parte dela. Foi quase como um abandono. Ele tem uma mulher que até hoje não me quis conhecer. Foi preciso terapia para o conseguir perdoar e hoje ter uma relação com ele. (...) O mais engraçado é que o meu filho é igual ao meu pai, até tem mesma marca de nascença nas costas, no mesmo sítio", confidencia.

"O meu filho nasceu, o meu pai todos os dias telefona, está sempre a mandar presentes, é afetivo de uma maneira que nunca foi comigo. Provavelmente [o filho Oliver] nunca irá a casa do avô, mas é a vida. Não vale a pena transformar o meu pai nunca coisa que não é. Quanto à senhora que está com ele fica-lhe na consciência ter culpado uma criança dos erros dos meus pais, essa criança era eu", desabafa.

Hoje, estando a viver a experiência da maternidade, a atriz garante ter conseguido perceber a "grande mulher" que a sua mãe foi e os sacrifícios que por ela fez.

A relação com Diogo Amaral e a doença da adição

Jessica revelou também que o filho foi uma criança planeada, muito desejada e que nunca pensou que ir-se-ia separar, algo que acabou por acontecer quando Oliver tinha apenas três meses de idade.

"A minha separação foi triste. Não foi por falta de amor. Foi porque comecei a perceber que a adição é uma doença para a vida e que não é só uma fase. Ele estava a fazer o caminho dele, que não era compatível com o facto de estar a educar um bebé. Não queria que o meu filho crescesse com o mal estar entre mim e o pai, que a certa altura existiu. Senti que não era justo. Amava tanto o pai do meu filho. Queria que o meu filho crescesse com os pais juntos. Tive que me afastar, ele teve de encontrar o caminho dele e eu o meu. Acho que é por isso que conseguimos ser amigos. Tive de compreender o que se estava a passar", nota, uma vez que também ela teve de passar por um processo e compreensão e aprendizagem.

"Foi sem dúvida um ato de amor. Haverá sempre um amor enorme pelo Diogo. Hoje em dia estou feliz por todo este processo ter acontecido. Eu e o Diogo temos uma relação porreiríssima, a história do Diogo vai ser uma lição para os filhos", sublinhou.

Amanhã, dia 11, Jessica Athayde regressa ao pequeno ecrã no novo programa de Bruno Nogueira - 'Princípio, Meio e Fim', projeto do qual se revelou muito orgulhosa e, acima de tudo, feliz.

Leia Também: "Amava tanto o pai do meu filho. Queria que crescesse com os pais juntos"

Leia Também: Jessica Athayde e Diana Chaves: O antes e depois passados 17 anos