O 'Alta Definição' recebeu Fátima Campos Ferreira depois do lançamento do livro 'O Infinito está nos Olhos do Outro', da jornalista. A entrevista foi para o ar este sábado, dia 1 de abril, com várias recordações e a dor do luto.

"Faço este livro com a vontade de fazer o luto da minha mãe. A minha mãe morreu com Parkinson no último estádio, mas lúcida. E isso foi uma coisa muito difícil de assistir. É qualquer coisa de muito assustador. E eu tive, talvez por isso, muita dificuldade em fazer o luto. Ela já morreu em 2017 e está muito viva dentro de mim", partilhou Fátima Campos Ferreira em conversa com Daniel Oliveira.

"Isto é uma ferida que tenho dentro de mim, é muito difícil, eu sofro com isso porque não estou ainda habilitada a ler com um sorriso só", acrescentou. "Tenho marcas profundas e penso que tem a ver com essa doença da minha mãe, tendo eu feito tudo o que pude. Mas reconheço que o grande objetivo do livro é fazer o luto", desabafou, frisando que a mãe continua a fazer-lhe muita falta.

Fátima Campos Ferreira falou, sobretudo, sobre os falecidos pais, que morreram com 15 dias de diferença. "O meu pai já estava muito mal, mas não suportou a partida dela", lembrou.

Ao recordar a morte do pai, dias depois de ver partir a mãe, a jornalista conta que o progenitor lhe disse "vai-te embora", como quem diz "não fiques aqui até ao fim". "Ele sabia o que estava a acontecer, só mais tarde é que eu percebi", partilhou.

De recordar que Fátima Campos Ferreira viu partiu recentemente o marido, Manuel Rocha, ex-diretor de Informação da RTP, no passado mês de fevereiro.

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