Wendell Pierce, ator que integra o elenco da série "Jack Ryan", vai interpretar B. B. King em "The thrill is on", um dos dois filmes sobre o cantor, compositor e guitarrista americano falecido em 2015 que estão, neste momento, em preparação. "É a emoção de um vida", confirmou o artista nas redes sociais. "Eu prometi-lhe, antes da sua morte, que o iria honrar, a ele e ao seu génio criativo", revela o ator. Os herdeiros de B. B. King não aprovam a escolha e garantem que vão avançar com outro filme, com Kenan Thompson.
Nascido no dia 16 de setembro de 1925, numa fazenda de produção de algodão em Itta Bena, nos arredores de Indianola, no Mississippi, no sul dos EUA, o artista teve uma vida difícil. Aos nove anos, para além de trabalhar na apanha da planta, B. B. King já vivia sozinho. Para sobreviver, começou a tocar guitarra na rua e, mais tarde, em bares e restaurantes. Em 1947, decidido a ser músico, com apenas 2,50 dólares no bolso, pouco mais de dois euros, rumou a Memphis, no Tennessee, onde afluíam artistas negros.
A primeira grande oportunidade da carreira de Riley Ben King surgiu logo no ano seguinte, em 1948, quando atuou no programa de rádio do instrumentista Sonny Boy Williamson, na estação KWEM. Pouco depois, gravou um programa publicitário de 10 minutos na estação radiofónica WDIA. O sucesso foi de tal maneira grande que o "King's Sport" se transformou no "Sepia Swing Club", um programa de rádio. Foi nessa altura que adotou o nome artístico de B. B. King. Em 1951, depois do êxito de "Three o'clock blues", começou a andar em digressão pelos EUA, fazendo uma média de 275 concertos por ano. Só em 1956 foram 342 atuações. Em 1970, atuou em África e, depois, na Europa e na Oceânia.
A revista americana Rolling Stone considerou-o, a par de Eric Clapton e de Jimi Hendrix, um dos melhores guitarristas do mundo. Em 2015, tinha uma nova tournée agendada mas, no início de abril desse ano, foi internado no hospital de urgência por sofrer de desidratação, causada por diabetes tipo 2, doença que tinha há mais de duas décadas. Morreria, um mês depois, a 4 de maio, enquanto dormia. Tinha 89 anos. Duas das filhas acusaram o agente de o ter envenenado mas a autópsia não confirmou as suspeições.
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