1. A presença de Céline Dion
A cantora Céline Dion, que sofre da síndrome da pessoa rígida, uma patologia rara, foi a encarregada de entregar o prémio de maior prestígio da noite, de Melhor Álbum do Ano, a Taylor Swift.
"Quando digo que estou feliz por estar aqui é porque realmente sinto-o, de todo o coração", partilhou.
"Aqueles que tiveram a sorte de assistir ao Grammy Awards nunca deveriam subestimar o grande amor e alegria que a música traz às nossas vidas e ao mundo inteiro", acrescentou a estrela de 55 anos.
A artista canadiana, com cinco prémios Grammy e 16 indicações, não subia ao palco desde um espetáculo em Newark, nos Estados Unidos, em março de 2020.
Há poucos dias, a Amazon Prime Video anunciou que vai lançar um documentário sobre a cantora, "I Am: Céline Dion", com a qual pretende "sensibilizar" o público sobre a sua doença.
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2. Tracy Chapman, Joni Mitchell... a gala das lendas
Um dos momentos mais emocionantes da noite foi a aparição de Tracy Chapman para interpretar o clássico "Fast Car" (1988), em dueto com o cantor country Luke Combs. A cantora de Cleveland, que não costuma aparecer em público, foi longamente ovacionada.
"Fast Car" foi um dos seus primeiros sucessos, que interpretou no famoso concerto de Wembley contra o Apartheid na África do Sul e pelos 70 anos de Nelson Mandela, então preso.
A lendária Joni Mitchell, de 80 anos, símbolo da geração Woodstock, ganhou o 10º Grammy da sua carreira, pelo álbum "Joni Mitchell at Newport", um espetáculo que marcou o seu regresso aos palcos após sofrer um aneurisma.
Sentada numa luxuosa cadeira como um trono, com boina e bengala, ofereceu uma comovente interpretação da sua música "Both Sides Now". Na plateia, estrelas como Meryl Streep e Beyoncé podiam ser vistas a dançar ao som da música.
3. Performances poderosas
A noite do Grammy esteve carregada de potentes apresentações. Dua Lipa abriu a cerimónia com um mix dançante, enquanto Miley Cyrus mostrou as suas habilidades vocais ao cantar a sua poderosa balada "Flowers".
Billie Eilish impressionou com a premiada "What I Was Made For?", e a estrela nigeriana Burma Boy fez história ao levar o Afrobeat pela primeira vez ao palco do Grammy, no qual estreou com Brandi.
Ao piano, Stevie Wonder abriu o momento In Memoriam, dedicado às figuras da música falecidas no ano passado.
A apresentação incluiu a participação especial de Annie Lennox, cantando o clássico "Nothing Compares 2 U" da falecida cantora irlandesa Sinéad O'Connor, além do prodígio do jazz Jon Batiste, que emocionou com "Ain't No Sunshine" seguida de "Lean" On Me".
O número encerrou com uma versão energética de "Proud Mary", de Tina Turner, na voz de Fantasia Barrino, que assim homenageou a rainha do rock e fez o público dançar na noite fria e chuvosa de Los Angeles.
4. A vingança de Jay-Z
Reconhecido com o prémio pelo conjunto da sua carreira no hip-hop, o rapper Jay-Z aproveitou o discurso para recordar a polémica à volta da esposa, Beyoncé, que nunca foi coroada com o Melhor Álbum, o prémio de maior prestígio, apesar de ser a artista com maior número de estatuetas da história dos prémios, no total de 32 gramofones.
"Pensem nisso, o maior número do Grammy, e nem uma única vez o melhor álbum do ano. Há algo que não está a funcionar", comentou, com sua esposa na plateia.
Beyoncé tornou-se a artista mais premiada de todos os tempos nos Grammy Awards do ano passado, mas o prémio de Melhor Álbum foi para o popstar britânico Harry Styles.
Em 2017, a Recording Academy também deu preferência à diva Adele, o que gerou críticas contra a falta de diversidade nos prémios.
5. Três prêmios Grammy e, depois, algemas -
Ganhar três Grammys e terminar a noite algemado. Isso aconteceu no domingo com o rapper Killer Mike. Estrela da festa na categoria hip-hop, ele ganhou três gramofones, incluindo Melhor Álbum de Rap para "Michael", e Melhor Canção de Rap, para "Scientists & Engineers".
Pouco depois desses prêmios, entregues antes da cerimônia, em um vídeo publicado nas redes sociais ele é visto algemado e escoltado pela polícia nos corredores da Crypto Arena. Procurada pela AFP, a polícia de Los Angeles não fez comentários.
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