Em declarações à agência Lusa, a presidente da fundação, Aida Carvalho, disse que foi elaborado um estudo em parceria com o Centro de Investigação, Desenvolvimento e Inovação em Turismo (CiTUR), sobre a importância do comboio para o Museu do Côa (MC) em que os resultados destacam a importância desta ferrovia para a amplificação do projeto da fundação para promoção território.
“O inquérito a cerca de 250 pessoas inquiridas neste estudo, que foi realizado entre dezembro, janeiro e fevereiro só vem reforçar que a reabertura deste troço de via-férrea traz grandes benefícios económicos, ajudando a promover as visitas regulares a este museu e este território, alavancando igualmente a outros recursos endógenos e turísticos”, vincou a também investigadora.
Aida Carvalho relembra que este troço de linha férrea tem uma antiga estação nas proximidades do MC o que “facilitam ”o acesso a este local situado na margem esquerda do rio Douro.
Este estudo foi apresentado na quinta-feira no decurso do Congresso Internacional de Diversidade, Sustentabilidade, Oportunidades e Ameaças na Universidade de Coimbra, subordinado ao tema “A Importância do Comboio para o Museu do Côa”.
O CiTUR é uma unidade de Investigação e Desenvolvimento (I&D) do subsistema politécnico de ensino superior nacional que associa 17 instituições (universidades e politécnicos) e envolve mais de 200 investigadores.
Este organismo desenvolve investigação aplicada com caráter multidisciplinar e interdisciplinar, assim como produção e partilha do conhecimento científico em turismo.
Eunice Duarte, investigadora do CiTUR, avançou que 91,7% dos 250 inquiridos neste estudo utilizaria o comboio para visitar o MC, a que se juntam 54,2% das que pessoas que afirmaram que a viária férrea seria um meio a utilizar para caminhar nos Passadiços do Côa.
Também 54,2% utilizaria este meio de transporte para ir comer nos restaurantes locais, e 50% dos intervenientes disse que utilizaria o comboio como meios de transporte para ficar alojado no Vale do Côa
Já 95,8% dos participantes no estudo consideram que a reabertura da linha do Pocinho até Barca d’ Alva poderá criar novos mercados para os produtos locais.
O estudo aponta ainda que 95,5% dos participantes deixou a garantia de que se existisse um bilhete combinado com a viagem de comboio e a visita ao museu compraria, enquanto 41,7% dos inquiridos indica que estaria disponível para pagar entre 14 a 16 euros por bilhete de comboio até Barca d’Alva.
De acordo com Eunice Duarte, após a realização deste estudo fica bem clara a ideia de que os visitantes do MC e dos passadiços do Côa defendem a reabertura deste troço de caminho-de-ferro da Linha do Douro.
A investigadora destaca que o estudo foi realizado em época baixa para o turismo para este tipo de oferta.
“Nunca poderia ter um valor superior de participantes considerando os meses de dezembro, janeiro e fevereiro, que são época baixa para o turismo”, vincou.
A Infraestruturas de Portugal (IP) lançou em 11 de maio o concurso público internacional para a elaboração do estudo prévio e projeto de execução para a reabilitação e reabertura do troço Pocinho – Barca d’Alva, na Linha do Douro.
A empresa disse, em comunicado, que o concurso público internacional para os estudos e projetos, agora lançado, tem o valor base de 4,2 milhões de euros e decorrerá aproximadamente durante dois anos após a respetiva contratualização.
A Linha Ferroviária do Douro atualmente liga o Porto ao Pocinho (171,522 quilómetros) e há vários anos é defendida a reabertura do troço de 28 quilómetros entre o Pocinho e Barca d’Alva, no distrito da Guarda, desativado em 1988.
A IP referiu à data que a abertura deste concurso público “decorre do compromisso assumido pelo Governo no passado dia 03 de outubro de 2022”.
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