Também conhecida vulgarmente como goiaba-serrana, como goiabeira-do-mato, como goiaba-abacaxi e como goiaba-ananás, a feijoa, outro dos nomes da feijoeira, é um arbusto vivaz da família Mirtáceas originário das terras altas do sul do Brasil, do Uruguai e também do norte da Argentina, na América do Sul. Para além de flores brancas e violetas, esta árvore de pequeno porte dá um fruto verde, do tamanho de um ovo de galinha, que tem um sabor muito agradável.

Este arbusto ou árvore de pequeno porte, que pode alcançar entre 3,5 a 5 metros de altura, com um diâmetro da copa de entre 2,5 a 5 metros, apresenta, por norma, uma folha permanente. As flores da feijoa são grandes e hermafroditas, de cor branca e também violeta. A floração ocorre habitualmente no mês de maio e demora entre 30 a 40 dias. A maioria dos seus cultivares é autoestéril, precisando de variedades polinizadoras para realizar a polinização, que é cruzada.

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A polinização é entomofila, realizada por insetos, especialmente por abelhas. Nas variedades autoferteis, a percentagem de vingamento é muito menor situando-se nos 40% a 45%. Com um ciclo biológico perene, esta planta pode produzir durante 35 anos e entra em produção aos três ou quatro anos e atinge a plena produção ao décimo ano. As variedades mais cultivadas em todo o mundo são a Triumph, a Apollo (autofértil de melhor qualidade), a Gemini (parcialmente autofértil), a Mammouth (polinizadora), a Coolidge, a Choiseana e a Superba.

As partes comestíveis são o fruto da feijoa, que tem um sabor a morango e a abacaxi, além das pétalas, também muito apreciadas. Planta de clima subtropical e temperado, a feijoa pode cultivar-se em solos variados, mas prefere os mais profundos, ricos em matéria orgânica e frescos. O pH ideal situa-se entre os 6 e os 7. Em termos de temperaturas, as ótimas oscilam entre os 13º C e os 17º C. A mínima ronda os 11º C negativos e a máxima situa-se nos 40º C.

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Se decidir cultura uma feijoa no seu jardim, pode fazê-lo, uma vez que este arbusto, que necessita de uma exposição solar média de 2.000 a 2.300 horas anuais, se adapta facilmente ao clima e aos nossos solos. A quantidade de água necessária calculada aponta para entre 850 a 1.200 mililitros por ano. A humidade atmosférica que favorece o seu desenvolvimento situa-se entre os 66% e os 76%. A altitude mais adequada à feijoa situa-se abaixo dos 1.100 metros.

A fertilização deve, idealmente, ser feita com estrume de cavalo, de frango, de peru e/ou de cabra. Pode também aplicar Guano e regar com chorume de galinha bem diluído. Em termos de adubo verde, pode recorrer ao centeio, à fava, à favarola e ao azevem. As exigências nutritivas são de 2:1:1 (N:P:K) e a preparação necessária do solo não é das mais exigentes. Deve lavrá-lo superficialmente, com uma profundidade máxima de 15 a 20 centímetros. Não precisa de mais.

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A multiplicação da feijoeira é feita por semente ou por estacas, com três gomos de madeira semi-dura, que devem ser, segundo os especialistas em jardinagem e horto-floricultura, colhidos no outono. Para ser bem sucedida, a plantação deve ser feita no inverno ou no princípio da primavera, com um compasso de três metros por cinco metros. Em termos de amanhos, pede uma poda de formação, em cúpula ou cone, bem como a aplicação de um coberto vegetal (adubo verde) entre as plantas ou uma camada de mulching. O tipo de rega recomendada é a rega gota a gota. Deve regar a sua feijoa, nos períodos de primavera e de verão, com 1.000 metros cúbicos de água por hectare por mês.

As pragas que mais merecem a sua atenção dos que cultivam esta variedade botânica de origem sul-americana são os nemátodos e a cochonilha-de-escudo. Podridão cinzenta e pythium são as doenças mais comuns. Este arbusto florido é sensível a geadas e temperaturas elevadas. Pode colher o fruto da feijoa de setembro a novembro, 20 a 26 semanas depois da floração. A colheita é feita quando o fruto se desprende facilmente e apresenta uma cor verde um pouco mais clara.

A produção atinge, em média, os 30 quilos por planta por ano. As condições de armazenamento rondam os 10º C. No que se refere aos usos mais comuns, o fruto da goiabeira-do-mato pode ser ingerido fresco ou utilizado para a produção de enlatados, sendo muitas vezes comercializado em conservas. O sumo do fruto desta planta também é bastante apreciado, sobretudo nos países da América do Sul, local onde esta popular, colorida e exuberante variedade botânica prolifera.

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Texto: Pedro Rau (engenheiro hortofrutícola)