A falta de espaço não tem de ser um condicionante e muito menos um impeditivo. Os jardins pequenos, à semelhança dos médios e dos de grandes dimensões, necessitam de planeamento cuidado, que neste caso deve ser ponderado e planificado ao mais ínfimo pormenor, porque há muito a integrar num local reduzido. Se o seu jardim é pequeno e não quer que lhe falte nada, siga as nossas sugestões para tirar o máximo partido do espaço.
1. Trepadeiras na entrada
Aposte num marco floral à base de hortênsias e de gerânios combinados com uma fantástica buganvília. Um autêntico cartão de visita da casa. As trepadeiras constituem uma excelente forma de conferir dignidade a uma entrada e nos jardins extremamente pequenos permitem dispor de plantas com tamanho substancial a troco de algumas podas depois da floração.
2. Rocalha para aproveitar os desníveis
Uma rocalha, um jardim de rochas ou rock garden, como também lhe chamam, cria um foco de atracção nas parcelas de terreno planas mas também servem para aproveitar os desníveis. Deve ser planeada com todo o cuidado para que não pareça um monte de pedras desordenadas.
Faça a rocalha sobre uma base de terra de jardim esterilizada e areia grossa, onde deverá colocar pedras naturais de vários tamanhos e, entre estas, as plantas escolhidas. Arbustos miniatura como o Betula nana, o Daphne cneorum ou o Sorbus reducta ou ainda espécies alpinas como o Erigeron karvinskianus, o Aurinia saxatilis e o Erinus, são ideais para este tipo de jardins.
3. Manutenção fácil em maciços elevados
Elevando a superfície de plantação com um murete, como um de betão pintado, consegue numerosas vantagens. Por um lado, ao ter as plantas ao alto, o acesso a estas é mais fácil porque não tem que se curvar. Por outro lado, permite cultivar espécies de solo distintas às do jardim, sobretudo no que se refere a acidez, alcalinidade e humidade.
Mesmo por cima do nível do solo deixe algumas aberturas e coloque uma capa de gravilha no fundo para facilitar a drenagem. Qualquer planta de desenvolviemnto médio ou baixo é aconselhada para decorar este tipo de estruturas, inclusive as que gostam de condições muito secas e de sol.
4. As vantagens do relvado
Nos jardins grandes, convém pensar bem se compensa colocar relvado, porque implica demasiadas exigências para a recompensa que oferece. Não é económico, consome muita água e exige manutenção regular. Se o seu terreno é pequeno, pode dar-se ao luxo de colocar tapetes de relva, mais fáceis de instalar, mais rápido e mais limpo que as sementes. Não são necessárias ferramentas muito sofisticadas e a manutenção é reduzida.
5. Debruado entre o relvado e a bordadura
O debruado desempenha um papel muito útil em diversas situações, sobretudo na confluência de uma superfície dura, como um caminho, podendo desembocar num relvado ou num maciço de flores ou quando uma margem floral se encontra com o relvado. Pode ser invisível mas o resultado não seria tão atrativo como o que se consegue com o ladrilho ou a pedra natural.
Uma sebe alta, outra das alternativas que lhe sugerimos para o caso de ter um jardim de reduzidas dimensões, dissimula os limites naturais do jardim, fazendo com que este pareça maior do que é na realidade. A disposição serpenteante dos maciços no relvado e as cores frias das flores conseguem idêntico propósito.
6. Gelosias fazem ganhar amplitude
A divisão do jardim em zonas pequenas pode dar a sensação de amplitude. Uma gelosia consegue este objectivo, sobretudo se estiver coberta por uma trepadeira tipo parra virgem ou hera. A privaciadade também fica assegurada, assim como a estética, graças aos grandes vasos com dálias e petúnias, entre outras plantas. Estas espécies necessitam muita água para combater a transpiração do Verão. As surfinias dão sucessivas florações se retirar as flores murchas.
7. Água para refrescar o ambiente
A construção de um canteiro à base de pedras deve seguir um modelo circular com plantas aquáticas que emergem a partir do centro de um pequeno lago. Fácil e modesta, é suficiente para refrescar o ambiente de forma localizada, o que é conseguido pela vegetação circundante composta por ageratos, escabiosas e tanacetos, sobretudo nas quentes tardes dos meses de maior calor.
Se for pequeno, o lago não dará problemas quer a nível de construção, quer de manutenção, o que acaba por também se revelar vantajoso. Em termos de cuidados, as atenções vão para a vigilância da expansão das plantas aquáticas e a limpeza da água.
8. Estufa prática ao sol
Mesmo o jardim mais pequeno pode ter uma estufa desde que conte com o espaço suficiente para um par de mesas para sementeiras e propagações. Para que tudo prospere bem, deve contar com a máxima iluminação, o que é conseguido com paredes e tecto de vidro transparente. Com este tipo de instalação, também pode desfrutar da jardinagem nos meses de inverno ou nos períodos de maior frio.
9. Uma pequena zona de horta
A horta, um fenómeno muito em voga em Portugal nos últimos anos, constitui uma boa opção para diversificar o protagonismo floral do jardim. Poucos metros quadrados para dedicar ao cultivo de tomates, cebolinhos ou outros produtos hortícolas são suficientes para assegurar as provisões para todo o ano.
Existem espécies que se adaptam muito bem ao cultivo em recipientes, como os pimentos, os tomates cherry ou as berinjelas. O caminho central que divide o cantinho em duas metades com placas de betão, facilita o acesso aos cultivos para as tarefas de manutenção.
10 . Vasos para cantos apagados
Um grupo de vasos com bolbos de primavera e bienais oferece cor rapidamente e ilumina o cantinho mais triste. É possível obter um toque campestre marcado por uma cadeira e por um pequeno escadote. Qualquer recipiente constitui uma excelente oportunidade para desfrutar das plantas. Uma das grandes vantagens desta opção é a mobilidade das plantas que podem ser transportadas para qualquer local sem grande esforço.
Texto: Marta Bellmont com Luis Batista Gonçalves (edição digital)
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