Inspire-se neste projeto de arquitetura paisagista para remodelar o seu jardim.

Foi concebido para um jardim privado integrado no espaço de uma moradia que tem como pano de fundo a paisagem mediterrânica da Serra do Caldeirão, na zona de Loulé, no Algarve.

A paisagem desta serra é marcada por muros de pedra calcária, associados à vegetação local onde se destacam espécies como a alfarrobeira, a oliveira, a amendoeira, a pistácia, o rosmaninho e numerosos cistus. É neste cenário mediterrânico que desenvolvemos o projeto de integração paisagística de uma moradia, localizada na Cruz da Assumada, Loulé, propriedade da família Vilela.

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Começámos por explorar o local e por tentar compreender e dar resposta aos desejos desta família. A tarefa era difícil mas, nessa fase, conseguimos já imaginar um jardim de aromáticas e a casa dos cães. Da paisagem, notámos a pedra e a antiguidade de algumas alfarrobeiras e oliveiras em redor, que definem à partida um cenário que importa manter e valorizar.

Nasceu assim a intenção de um jardim na serra onde os ciprestes, as plantas aromáticas, a pedra e as vistas serão elementos fundamentais aos quais se juntam zonas de relvado que confinam numa orla arbóreo-arbustiva.

A moradia divide o espaço em duas zonas, a de entrada e a zona Sul, dominada por vistas que se estendem até ao mar. Na zona de entrada serão implantadas áreas de relvado, sendo criado, como aproveitamento da antiga pedreira, um pequeno anfiteatro informal, com pedra tipo rock garden (jardim de rochas).

Veja na página seguinte: O que foi planeado para a cozinha a construir neste jardim

Nesta zona, existem cerca de oito amendoeiras que deverão, posteriormente, ser limpas, tratadas e integradas no novo esquema de plantação.

A orla arbustiva será enriquecida com ciprestes, olaias e outras arbustivas locais.

Junto à porta principal da edificação será plantado um canteiro, com espécies ornamentais como dracaenas, cycas, e sterlizias. Quanto à zona Sul da edificação, o tratamento base é ainda relvado com orla arbóreo-arbustiva.

Kitchen garden e casa dos cães

Na zona da cozinha será criado um pequeno kitchen garden, um jardim de aromáticas e condimentares. Exemplares como o piri-piri, salsa, coentros, cebolinho, entre outros, darão colorido tornando alegre este pequeno espaço entre a cozinha e o barbecue.

Anexo a este mesmo espaço desenvolve-se o pomar. Povoado com laranjeiras, romanzeiras, diospiros e limoeiros conduzidos em palmeta. Separado por uma cortina de ciprestes, prevê-se a criação de um cercado em postes de madeira e rede onde se irá desenvolver a chamada casa dos cães.

Pretende-se, pois, criar um espaço de estadia condigno ao mastim napolitano e à labrador pertencentes à família Vilela.

Neste espaço, além de uma pequena edificação e de um alpendre em madeira assente em estacaria, existirá uma zona de banho servida por água quente. A sombra será dada por alfarrobeiras.

O espaço restante será de relvado rematado pela orla arbustiva, marcado pela presença do rock garden que integra a piscina e as zonas terraço. Aqui serão deixadas algumas rochas livres dando aspeto mais natural, acentuando o over flow da piscina.

Para além da vegetação característica de rock garden, chorinas, verbenas, aloes e agave, salienta-se a presença da palmeira local, Chamaerops humilis.

No muro limítrofe do lote, alinhadas com o eixo da piscina serão construídas duas namoradeiras, bancos forrados a pedra com assento em madeira tratada que permitirão uma pausa para usufruir as vistas.

Quanto às árvores existentes, elas serão limpas e mantidas. A destacar oliveiras e alfarrobeiras, nomeadamente a alfarrobeira existente na proximidade da piscina, assim como as existentes junto aos limites da propriedade. Nas herbáceas, que serão utilizadas como mix border em todo o espaço abundam as dimorphotecas, a estrelas-do-meio-dia, as coroas D. Henrique e as verbenas azuis.

Veja na página seguinte: As espécies utilizadas

Nas zonas de orla arbustiva e herbáceas, será utilizada uma camada de casca de pinho.

Para a rede de rega, e no sentido de permitir um mais rápido e melhor desenvolvimento do material vegetal, propõe-se um sistema de rega semi-automático, que deverá ser ligado à rede existente.

No referido sistema serão utilizados aspersores e pulverizadores da Rain Bird, com diferentes alcances. As orlas arbóreo-arbustiva e arbustiva serão regadas através de um tubo com gotejadores autocompensantes também da série Rain Bird.

A tubagem proposta e recomendada para este sistema é em PEAD 10 Kgf/cm3 com diâmetros variáveis.

FICHA TÉCNICA DO PROJETO

Localização: Cruz da Assumada. Zona de Serra em Loulé, Algarve

Área: 2250 m2

Solo: Muito pedregoso e calcário

Vegetação original: Encontram-se ainda as espécies do Barrocal como a alfarrobeira, a oliveira e a amendoeira, mas no substrato arbustivo destacam-se diversas espécies do género cistus e ainda Pistacia terebinthus, Rosmarinus officinalis e Lavandula stoechas.

Clima: Mediterrâneo com grande secura estival

Texto: Sandra Félix (arquiteta paisagista)