Há diversas ramificações (chamadas comummente de Tradições) wiccanas. Assim, há uma enorme quantidade de variações sobre as crenças e as práticas wiccanas.

A prática wiccana mais comum é entre duas divindades, A Deusa e O Deus, algumas vezes chamados de Grande Mãe e Deus Cornífero (do latim: "o que porta cornos").

Algumas tradições, principalmente as denominadas Tradições Diânicas, dão mais ênfase ao culto à Deusa. Outras, entretanto, dão ênfase ao Deus e à Deusa como complementares de onde surge toda a criação, em igualdade de condições. Algumas Tradições Diânicas feministas não consideram o Deus. Alguns praticantes discordam dessa posição, dizendo não haver razão para realizar as celebrações dos rituais mais importantes sem a presença das duas polaridades.

O culto na Wicca é fundamentado no equilíbrio entre as polaridades encontradas na Natureza e entre os Géneros Divinos. Entretanto, os praticantes da Wicca ainda são politeístas, já que essa é uma característica essencial do paganismo.

Os ritos da Wicca reverenciam a ligação da vida dos praticantes e das divindades com a Terra. Essa reverência se expressa, principalmente, através de rituais cuja liturgia celebra as lunações e as mudanças das estações do ano, através de um antigo calendário agrícola (Roda do Ano). Sem esquecer a crença na reencarnação dentre os bruxos modernos.

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Os praticantes da Wicca realizam rituais em honra à Deusa nas noites de Lua Cheia. Esses rituais são normalmente denominados Esbats. Algumas tradições chamam também de Esbbat rituais realizados nas demais fases da Lua.

Esses rituais são celebrações onde se acredita que a Deusa manifesta-se na Suma Sacerdotisa através do ritual de "puxar a lua para baixo", e através dela revela a sua sabedoria. Da mesma forma, existe também o ritual de "puxar o sol para baixo", realizado pelo Sumo Sacerdote. Vale ressaltar que, no caso de um ritual realizado em um coven, apenas a Alta Sacerdotisa e o Alto Sacerdote realizam tal ritual.

O culto à Deusa é vivenciado através das Suas variadas faces:

* A Donzela, que representa a pureza feminina, o vigor, a inocência e a sedução (Lua Crescente);
* A Mãe, fonte da vida e protectora (Lua Cheia);
* A Anciã, Velha e Sábia, conhecedora dos maiores mistérios da vida e da morte (Lua Minguante);
* A Iniciadora, seu lado misterioso, sedutor e envolvente (Lua Negra*).

O culto ao Deus também é vivenciado através das Suas variadas faces:

* A Criança da promessa, que representa a esperança, a inocência e o início (cultuado no ritual de Yule – solstício de inverno);
* O Caçador, representando a fertilidade, a força, coragem e protecção (principalmente cultuado no Beltane– ritual do meio da primavera);
* O Grande Pai, seu lado paternal e símbolo do amor entre os o Casal Divino e seus seguidores (em rituais solares).
* O Ancião, Velho e Sábio, O Deus do Oculto, conhecedor dos maiores mistérios da vida, da morte e da reencarnação (principalmente cultuado nos rituais da época do outono, como o Mabon e o Halloween);

Vale alertar que não há espaço em nenhuma tradição que esteja inserida no neopaganismo para o conceito de "Mal Absoluto". Caem por terra, dessa feita, as tentativas por parte de outras religiões de ligarem o paganismo, antigo ou moderno, a entidades como do Diabo da mitologia cristã. Os pagãos não só não seguem essas entidades, como também não acreditam na existência de tais entidades.

Fonte: SAPO Saber