Há um estudo que diz que uma pessoa comum perde a concentração a cada 6 ou 10 segundos por minuto. No entanto há uma ótima notícia: todos nós aprendemos a nos definir como sendo isto ou aquilo, como se fôssemos seres estáticos e não dinâmicos. A boa notícia é que nosso cérebro é plástico, podemos modelá-lo como modelamos o barro.
A capacidade de concentrar-se pode ser desenvolvida por qualquer pessoa, desde que se proponha a reservar um tempo de dedicação para isso. Sem o desenvolvimento da concentração, não conseguiremos obter o foco necessário para a criação do que quer que seja. Precisamos saber o que queremos, e em seguida, colocar nossa intenção e focar em algo objetivo. Precisamos nos dedicar a um sério programa de treinamento da concentração. Nossa mente, bem como o Universo está estruturada em camadas, da superficial à mais profunda.
Quando usamos nossa mente no nível superficial do pensamento, nosso poder é pequeno, limitado. No entanto, se aprendermos a nos aprofundar, se entrarmos em contato com o nível mais profundo de nossa mente, ou seja, o nível da consciência, poderemos nos tornar muito poderosos no que diz respeito à criação mental. Muitas vezes não conseguimos nada, nos colocamos em posições de impotência, de menos valia. Isso acontece porque não acreditamos em nós mesmos, nos acostumamos a entregar nosso poder aos outros. Precisamos construir um novo hábito, o de acreditar em nosso próprio poder, devemos mudar alguns padrões de pensamento se quisermos mudar nossas vidas. E essa mudança deve ser feita com consciência e controle sobre algumas emoções negativas que nutrimos durante muito tempo e direcionamos ao mundo e contra nós. Possuímos um grande inimigo, o medo.
O medo e a fé são sentimentos opostos, pois o medo só acontece quando a fé se ausenta de nossos corações. A fé é a força que nos faz sobreviver neste mundo difícil, que nos empurra para frente, nos dá entusiasmo e confiança, esperança e vontade de continuar. A partir dela adquirimos a capacidade de construir, refletir, de planejar um novo futuro. Sem ela, não somos capazes de acreditar que temos o poder de construir uma nova vida, repleta de paz e segurança. Se não nos apropriamos dessa energia positiva que trazemos dentro de nós, abrimos um espaço perigoso, fortalecemos o medo, a dúvida se instala em nossas mentes e fechamos nossos corações. Estamos encarnados neste mundo neste momento especial de evolução da humanidade para um propósito muito especial: transformarmos nossas vidas sofridas, ou seja, aquilo que conhecemos como carma, em uma vida plena e feliz. Com isso não quero dizer que viveremos no céu, que nunca mais teremos nenhum problema, mas sim que devemos aprender um novo olhar sobre a vida.
A construção da felicidade deve ser uma meta de vida, devemos desenvolver uma vontade quase cega nesse sentido, como um propósito firme, único e consciente. Devemos nos concentrar nessa idéia. Precisamos ter claro que quando fazemos essa opção não podemos nos dispersar com coisas pequenas, questões sem peso real, como já disse. Procure dar a importância devida a cada coisa, sem exageros. Permitimos que problemas efêmeros contaminem nosso dia a dia sem nos darmos conta que o tempo que temos neste planeta é muito pequeno e passa depressa demais.
Você já parou para pensar que não temos nenhuma garantia nesta vida, com relação a nada? Que a segurança que buscamos é pura ilusão, que precisamos aprender a viver o momento presente com intensidade e esperança? Que nossas vidas podem acabar de um momento para outro, e aí? O que fizemos dela? Tenha a coragem de ter uma reação diferente da que costuma ter, faça algo que surpreenda quem está ao seu lado, uma palavra, um abraço, um olhar carregado de ternura. Uma atitude diferente pode transformar toda dinâmica de um dia inteiro.
Mude.
Escolha vibrar em sintonia mais elevada. Não tenha medo de sorrir, amar e dizer que ama, precisar e dizer que precisa. Seja acolhedor, abra seu coração e deixe a vida entrar.
Mesmo que esteja doente, não se coloque na posição de doente, lute para que apesar de tudo você possa ser feliz, pois a felicidade não é algo de grande intensidade, é algo simples, um estado de tranqüilidade. Lute pela sua cura, por um estado de equilíbrio. Ter uma doença é diferente de ser um doente: pense nisso. Esqueça todas as definições que aprendeu sobre a felicidade, nenhuma delas fez você se sentir realmente feliz.
A felicidade não cai do céu, não é só para alguns. Ela é para todos - acredite nela, lute por ela, construa diariamente sua felicidade, você nasceu para isso. Quando escolhemos mudar em direção às coisas positivas da vida, aos sentimentos que nos fazem vibrar, tudo muda ao nosso redor. Nossa vida se transforma em outra vida, as pessoas que não agüentam esse nível de vibração se afastarão de nós e atrairemos pessoas bem mais interessantes do que aquelas que tivemos ao nosso lado até então. Pare para refletir e se pergunte:
- Por que será que é tão difícil me preservar dos problemas e da infelicidade que eles me trazem?
- Por que estou sempre fazendo escolhas que me fazem infeliz?
- Por que sempre encontro pessoas que me remetem aos mesmos sentimentos negativos?
- Por que é tão difícil me sentir feliz?
- Qual a freqüência energética de minha vibração?
- Quanto tenho amado?
Investigue dentro de você os sentimentos de auto-estima, vaidade pessoal, arrogância, ganância, agressividade, desprezo, e outros tantos que todos nós trazemos dentro de nossos corações machucados. Escreva em um papel e avalie cada um.
Comece o trabalho de mudança de cada um deles. No começo será muito difícil, mas com o tempo, tudo caminhará com mais facilidade. Cada passo adiante que der você se torna um pouco mais forte, você adquire cada vez mais fé. Fique atento às pequenas reações e faça diferente, simplesmente mude, surpreenda.
Seja mais tolerante àquelas perguntas que irritam, àquele barulho em hora indevida, àquela atitude que se repete, seja mais amigo, explique ao invés de gritar, sorria com amor ao invés de ironizar. Mude sua atitude. Procure agir mais amorosamente. Sem atitude nada muda e sem mudança, não conseguiremos alcançar nossa meta, a felicidade.
Gandhi tem uma mensagem maravilhosa que cabe muito bem à vida de cada um que queira verdadeiramente se empenhar para mudar. Ele disse:
“Mantenha seus pensamentos positivos porque pensamentos tornam-se suas palavras. Mantenha suas palavras positivas porque suas palavras tornam-se suas atitudes. Mantenha suas atitudes positivas porque suas atitudes tornam-se seus hábitos. Mantenha seus hábitos positivos, porque seus hábitos tornam-se seus valores. Mantenha seus valores positivos, porque seus valores tornam-se seu destino.”
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Mas o que é o destino? Afinal estamos sujeitos a ele ou não?
Na verdade o destino é algo que está atrelado à nossa consciência ou ignorância. Quem o constrói somos nós mesmos. Quanto mais desenvolvo minha consciência, quanto menos ignorante me torno, mais domínio sobre minha vida e meu destino eu terei. Se simplesmente vivemos a vida, se “deixamos a vida nos levar” sem nenhuma consciência, poderemos nos sentir livres, por algum tempo, pelo menos, é assim que nos sentiremos, até que “uma força fora de nós” nos arremete para baixo e sentimos como se o chão se abrisse. Uma vida sem planejamento, sem foco, organização, empenho e objetivos reais, é uma vida sujeita a revezes. É uma vida que não vivemos, mas ela nos vive. Quando vivemos a vida dessa maneira, continuamos entregando nosso poder pessoal a uma força fora de nós, exercitamos plenamente nossa impotência. O fatalismo ou a concepção ocidental de destino nos leva à subserviência, à submissão e novamente à impotência. Impotentes, não podemos nada, não criamos nada, entregamos nossas vidas nas mãos de um destino incerto. Essa é uma maneira infantil de vivermos nossas vidas, esse é um padrão antigo, oriundo de uma era que chegou ao fim. Nesta nova era que costumo chamar de era da consciência, temos a oportunidade da escolha, daquilo que conhecemos como livre arbítrio.
Muitos de nós não conseguem compreender a profundidade e a responsabilidade que existe por trás de uma atitude tomada a partir da consciência. Quando decidimos caminhar verdadeiramente por esse caminho, imediatamente saímos do papel de vítimas e assumidos a responsabilidade de sermos criadores de nosso próprio destino.
Enquanto nossos pensamentos e sentimentos estiverem contaminados por inúmeros acontecimentos que ocorreram nesta ou em outras vidas ou ocasiões, por vozes parentais, instintos, formação moral e religiosa, o meio em que vivemos país, cidade, bairro, e tantos outros fatores que nos inclinam a uma dada escolha e que até então detiveram nosso poder, nunca seremos livres! Este é um momento em que cada um de nós precisa encontrar sua própria verdade. Apropriar-se do que verdadeiramente é e corajosamente fazer suas próprias escolhas. Este é um tempo de cura e limpeza, um tempo para trabalharmos antigas angústias, um momento em que todos somos chamados para a verdadeira união, a interação entre nossos mundos internos e o mundo externo. Nesse processo de unificação, muitas coisas estranhas costumam acontecer, pois esse chamado é tão sutil que não nos apercebemos de sua importância. Não existem saídas mágicas, pois precisamos de tempo para nos apropriar dessa nova faceta ainda meio confusa para alguns e desconhecida para muitos. Nossa consciência está passando por um profundo processo de expansão e essa não é uma tarefa simples nem fácil para nenhum de nós. Muito desse processo está acontecendo em nosso mundo inconsciente. E de nada adianta negar esse inconsciente, pois quanto mais negado for, mais dominará nossas decisões e escolhas. Quanto mais investigarmos profundamente essa dinâmica, mais conscientes e seguros faremos essa passagem. Precisamos aprender a nos conhecer para sabermos claramente o que nos faz feliz ou infeliz. Ter coragem para acordar, perceber que o mais importante agora é nossa alegria interna, nossa paz e felicidade. Afinal, o que o faz feliz? O que você tem feito por você? Pela sua realização? A antiga forma de viver não deu certo, mas você tem aberto espaço dentro e fora de você para a entrada de uma nova vida, de novos padrões, novos acontecimentos? Ou você ainda carrega o padrão do medo?
Somos todos almas individualizadas, nascemos sós e morreremos sós.
A partir de já decida-se sair do papel de vítima e assuma definitivamente o papel de causador. Sim, porque se sua vida não anda como você gostaria, o único responsável por isso é você. Se não tem se empenhado o suficiente para construir uma vida feliz, comece a se perguntar:
O que eu posso fazer por mim a partir de agora?
O que tenho feito para impedir minha felicidade?
Procure ser honesto e amoroso com você, pois essa vida é só sua. Em meio a milhões de espermatozóides, você venceu sua primeira batalha, a de se firmar como ser humano. Passou pelo estreito túnel materno e nasceu! Sua vida é só sua, boa ou ruim, é sua, e está mais do que na hora de você transformar essa vida em algo que valha a pena, não acha? Não pense no tempo que levará para mudar tanta coisa que construiu erroneamente, inconscientemente. Alie-se a esse tempo, pois ele não pára e caminha sempre para frente. Não dar o primeiro passo é adiar sua realização.
Texto: Eunice Ferrari
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