Respeitei na juventude o mundo todo e a vida
De nada sentia falta a não ser da paz d'espírito,
E, contudo, eu mudei, apesar das minhas crenças,
nas mentiras de Iktumi acreditei cegamente.
Parecia que da verdade, era ela a detentora,
e, solene prometeu fazer-me feliz para sempre.

A Wakantanka riquezas ela me fez implorar,
afirmando que poder eu viria a ter;
Foi-me oferecida a pobreza, p'rá minha força interior achar.
Pedi fama, para os outros me poderem conhecer;
Foi-me dado o anonimato, pr'a saber conhecer-me.
Pedi alguém a quem amar p'ra jamais ficar sózinho;
Foi-me dada a vida dum eremita, p'ra aprender a aceitar-me como sou.
Pedi poder, p'ra coisas realizar;
Foi-me dada a hesitação, p'ra a obedecer aprender.
Pedi saúde, p'ra uma vida longa viver;
Foi-me dada a doença, p'ra cada minuto sentir e também apreciar.

Pedi à Mãe Terra coragem, p'ra seguir o meu caminho;
Foi-me dada a fraqueza, p'rá sua falta poder sentir.
Pedi uma vida feliz, p'rá vida poder gozar;
Foi-me dada a vida, p'ra poder viver feliz.
De tudo o que havia pedido, nada me foi ofertado, apesar disso, contudo, todos os meus desejos realidade se tornaram.
Não obstante eu próprio e a malvada Iktumi,
os meus sonhos se realizaram,
Fui generosamente abençoado, mais do que alguma vez esperei.
Agradeço-te Wakantanka por tudo quanto me deste.

In "Uma viagem espiritual"