Visa promover o desenvolvimento físico, mental e espiritual das crianças e, mais que tudo, humanizá-las.
Na educação neo-humanista, a história ou a matemática ficam para segundo plano, quando o importante é a criação de uma sociedade verdadeiramente humana.
Visa promover o desenvolvimento físico, mental e espiritual das crianças e, mais que tudo, humanizá-las.

Para o seu mentor, Prabhat Rainjan Sarkar, são os professores que devem personificar as qualidades mais nobres da humanidade: "O professor deve possuir qualidades como força de carácter, rectidão, espírito de serviço social, uma personalidade inspiradora, e habilidades de liderança".
Com origem indiana, mas já existente nos cinco continentes, a educação neo-humanista – apesar de abranger vários parâmetros – centra-se num propósito: o de humanizar as crianças.
Este sistema de educação alternativa vai muito para além do simples enriquecimento intelectual da criança, promovendo o desenvolvimento físico, mental e espiritual.
Reconhecendo a importância da aprendizagem baseada no respeito e no amor, a educação neo-humanista estimula as crianças a estenderem a sua atenção para o seu bem-estar, mas também para o bem-estar dos outros seres vivos.
As áreas que esta educação abrange são bastante diversificadas, mas o contacto com a natureza, a estimulação para a expressão artística, bem como a prática do Yoga, são os seus pilares estruturantes

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História humanista
O neo-humanismo proposto pelo pensador indiano Prabhat Rainjan Sarkar surge, tanto como uma resposta à evolução da nossa espécie, como uma ideologia revolucionária de acções na sociedade actual.
Prabhat Rainjan Sarkar, também conhecido como Shrii Shrii Anandamurti fundou em 1955, na Índia, o movimento socio-espiritual global Ananda Marga Pracaraka Samgha, expressão que, em sânscrito, significa Sociedade (Samgha) que propaga (Pracaraka) o caminho (Marga) da bem aventurança (Ananda), com o lema “auto-realização e serviço ao todo”.
A Associação Prabháta, desenvolvida na ilha da Madeira, em 2004, é o representante deste movimento em Portugal.
Prabháta – que significa Novo Amanhecer - tem assim como objectivo a propagação da ideologia, práticas espirituais e projectos propostos pelo filósofo indiano de uma forma universalista, transparente e não dogmática.
Presente em cerca de 180 países nos cinco continentes com diversos centros e equipas de voluntários dedicadas à divulgação das suas práticas, apoio comunitário, e mais de 1000 escolas que implementam este sistema de educação, a associação pretende assim contribuir para o processo de desenvolvimento individual, e também para a harmonia social.
Ao encontro da realização de todas as potencialidades humanas, esta é uma educação que se traduz numa combinação dinâmica de procura interior e de serviço social, procurando estabelecer as bases necessárias para a criação de uma sociedade verdadeiramente humana.
Na Madeira, desde Setembro de 2004, a Associação tem concretizado diversas actividades, como palestras, seminários, cursos de Yoga, retiros, que abrangeram de forma directa, até à presente data, alguns milhares de cidadãos.

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Pilares para educar
Actualmente, países como Holanda, Finlândia, EUA, Indonésia ou Quénia, contam já com várias escolas que seguem este tipo de educação, e onde o conhecimento não é dividido, mas sim desenvolvido pela multidisciplinaridade.

Nestas instituições, Educação significa muito mais do que uma acumulação de dados – é uma experiência viva do mundo como uma totalidade dinâmica e inter-relacionada.
Música e arte, linguagem artística, yoga, meditação, comunicação, educação física e psicológica são pilares que chegam primeiro do que as ciências, a matemática ou a história. Para desenvolver o potencial da criança como um todo, esta ideologia procura estimular as capacidades mentais através do yoga, meditação, desportos, jogos e outras actividades.

E porque as crianças possuem um desejo inato de aprender a desenvolver-se, o objectivo é despertar a sede de conhecimento que elas possuem, reconhecendo que em cada criança existe uma gama enorme de potencialidades.

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Valores morais
A educação neo-humanista estimula ainda a participação nas mudanças sociais positivas. As crianças devem assim desenvolver uma consciência social e um sentido de justiça.
Incentivar uma perspectiva universal, acima de quaisquer discriminações baseadas em religião, raça, credo ou género, e alimentar o respeito por todas as expressões culturais; fomentar uma consciência ecológica no seu sentido mais lato – interligação de todas as coisas – e promover o respeito, cuidado e amor universal por todos os seres; e aplicar o que é aprendido na vida prática do dia-a-dia, são alguns dos princípios éticos que esta ideologia faz questão de sustentar.
Por cá, o projecto pretende, a médio prazo, partilhar métodos e ferramentas deste estilo de educação com os profissionais da área. A longo prazo, espera-se a abertura de um jardim-de-infância neo-humanista e, eventualmente, níveis seguintes de educação, seguindo o exemplo do que tem sido realizado no resto do mundo.

Texto: Rita Estêvão