Em fase de ocorrências que o ego humano sempre acaba por concretizar, e por que entendo ser necessário conceber mais lastro para uma consciência efectiva nascer, serve o presente artigo para tal. Espero, convicto, que os “egos” se aquietem e proclamem a paz e a serenidade neste quadrante do “despertar”.

Tal como se sabe, “O Despertar da Consciência Maior” não é algo novo, os pensadores da antiguidade, muito antes de Jesus, o Cristo, já revelavam este pensamento de conhecer-se a si mesmo, da sua autoconsciência e do conhecimento dos seus limites não somente de maneira progressiva, mas, também, pela óptica da regressividade. Quantos milhões de anos passaram, dentro dos quais o ser humano continua a caminhar na sua linha de evolução, e ainda não compreendeu a sua maneira de ser, as suas inferioridades, as suas maledicências numa comutação evolutiva duradoura. O ser humano como ser pensante, cognitivo e racional ainda não alcançou o localizar-se no tempo, nem no espaço, parece tudo querer compreender, mesmo não sabendo nada, querendo julgar, mas não ser julgado, querendo sempre dominar sem querer deixar ser orientado por aqueles que já conquistaram a sua autoconsciência e, nomeadamente, compreensão maior.

Tão-somente, ninguém pode despertar a consciência individual quando detém uma vida eivada de antipatia, de ciúme, de encanzinamento, de ambição, de vanglória, de incompreensão, e de todo tipo de inferioridade que devia dar lugar à paciência, à tolerância, à humildade e à sapiência que é própria dos grandes sábios de todos os tempos. Singelamente conhecer-se a si mesmo é conseguir a liberdade decorosa, é criar a sua própria luz, pois nesta óptica, ter-nos-emos em verdade, isto é, a felicidade que todos buscam; mas, infelizmente, não sabem muitas pessoas onde encontrar isso, justamente porque tantas são as vezes que o poderoso instinto fala mais alto que a razão. Porquanto, ter a razão é libertar-se do instinto animal que ainda perdura no ser humano, porém, não se pode ter conhecimento ou compreensão, sem controlo dos impulsos emocionais, cujo a aversão e o ressentimento impera com todas as suas forças como sobrevivente de reinos rebaixados, cuja o raciocínio ainda não vislumbrou.

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Será que poder-se-á viver num “despertar da consciência”, se no dia-a-dia, os filhos matam os pais, irmãos matam irmãos, irmãos estupram irmãs, se as velhinhas são atacadas no meio da rua e ao meio dia, tal como acontece nos grandes centros de desenvolvimento e de dinamização da economia mundial? Poder-se-á pensar em “despertar a consciência” se os meios de comunicação anunciam cotidianamente as mais graves tragédias da comédia da vida, isto significa dizer, facturar altas somas com as desgraças alheias, tais como a miséria, a fome, o sofrimento e a dor de um viver inconsequente e sem porvir? Poder-se-á “despertar a consciência”, quando não se conhece a si mesmo, a sua relação frente aos demais, a sua parcela no processo interactivo de todos os reinos da criação, tal como a espiritualidade puríssima e originária ergueu para todos indiscriminadamente?

Na realidade, e na modernidade dos tempos, os indivíduos comuns capricham pela execução de uma arrogância desmedida, buscando sempre sobrepor-se aos demais, por exemplo: na maneira de vestir, na postura de andar, e na imposição da voz, para que sua evidência seja sempre categórica no meio em que se possa encontrar. Assim, e com a arrogância, caminha o orgulho dando o assentamento necessário para uma aparência de inferioridade que indica a falta de consciência e o desconhecimento dos seus próprios limites, como forma de entendimento da vida tal qual se apresenta a todos. Muitas vezes desfruta-se de um ser humano bastante conhecedor da intelectualidade no plano onde se reside, entretanto, a sapiência por excelência não lhe sobrevém devido ao diferencial entre o saber humano e o conhecimento espiritual, ou até à sua liberdade plena.

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Cada vez mais seguro, digo: o “despertar da consciência” é independente dos ensinamentos religiosos, da aprendizagem intelectual, e da instrução familiar rumo ao amor e à perfeição, todavia executa um poder muito forte quanto ao dissipar de todas as energias da sombra pessoal e das deletérias impressões sobre os outros para a auto consciência de todos que caminham pelos séculos adiante. Inegavelmente, sem essa formação seria bem pior, com dores e ranger de dentes bem mais fortes quanto a este processo de formação de todos aqueles que buscam o “caminho da verdade” e “da vida”. Objectivamente, o que na verdade faz “despertar a consciência” do ser humano ou o espírito são os trambolhões, os contratempos e os empecilhos que conduzem aos penares e às dores que ninguém quer suportar; mas, como bem se sabe, quem não quer conhecer a verdade pelo bem-querer, sem dúvida, conhecê-la-á pela pesar.

Enfim, e dando uma dependência reflexiva derradeira, poder-se-á confirmar que o “despertar da consciência” submeter-se-á à evolução incorpórea, numa simbiose espírito/alma para se auto libertar das atravancas que a vida oferece, como se fosse um jogo de xadrez que necessita ser melhor apreendido. Em segundo lugar, tem-se que o aprendizado aparece como uma lembrança do passado, mas sempre congregando mais saberes para aclarar os enredos que se apresentam dentro deste processo de fuga da bestialidade em busca da razão. Por isso, o espírito/alma foi engendrado como uma bola de neve que sai ladeira a baixo pesquisando o melhor caminho enquanto não conquista o seu autodomínio, e que, calmamente, desce pelas escavas mais conformáveis numa marcha mais consciencial e auto sustida neste trilho de Sapiência e Luz.

Em suma, será necessário dizer mais algo sobre tão diferenciada realidade? Modestamente, penso que NÃO!

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Convidado Carlos Amaral

O Autor:

  Carlos Amaral, Venerável Lama Khetsung Gyaltsen

Mestre em Naturopatia;Especializado em Medicina Ortomolecular; Medicina Homeopática; Medicina Homotoxicológica; Medicina Ayurvédica e Tibetana;Doutorado em Religiões Comparadas e em Metafísica;Investigador em Psicologia Transpessoal & Regressão Memorial;Professor de Budismo, Meditação Tibetana, Raja-Yoga, Kryia-Yoga e Karma-Yoga; Autor e Palestrante.

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