O Verão é, por excelência, a altura do ano em que mudamos os horários e a velocidade, aliviamos as responsabilidades e andamos com um ar mais leve. A bem ou a mal, somos empurrados para fora da zona de conforto, das mais variadas maneiras, nem que seja apenas a mudar a rotina. O calor dá-nos vontade de passear mais, ir a lugares novos, fazer coisas diferentes, conviver. Não é por acaso que nos países tropicais as pessoas são abertas, espontâneas, mais flexíveis e positivas do que nos arrumados, frios e fechados países do norte.

Para alguns, a ideia de sair da zona de conforto acorda de imediato uma serie de medos escondidos. Para outros, sair da zona de conforto é já uma prioridade e filosofia de vida.

Mas o que é afinal a zona de conforto, mais do que o próprio termo obviamente explica?

Zona de conforto, como o próprio termo diz, é tudo o que nos seja familiar, tudo o que nos transmita segurança, tudo o que nos faça acreditar que podemos controlar as circunstâncias à nossa volta. Claro que não podemos controlar nada e essa sensação não é mais do que uma ilusão. Mas é a área, parte, espaço de vida em que realmente acreditamos que somos grandes, fortes ou poderosos. Zona de conforto pode então ser considerada como um espaço físico, a nossa casa, aquele sofá especial, a nossa vizinhança, o nosso carro ou local de trabalho. Seja que espaço for, mesmo que não seja perfeito, e que normalmente não é, é familiar, conhecido e onde nos sentimos em controle.

As fronteiras que delineamos à volta desta zona de conforto são practicamente invisíveis aos outros e maior parte das vezes inconscientes. Mas cada um de nós sabe quase milimétricamente, onde ela acaba e começa o desconhecido. Atravessar essa invisível linha é, numa primeira fase, sob esforço, sob algum tipo de dor e muitas vezes, sob empurrão!

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Vamos tomar o exemplo de várias crianças com medo de água. Deixadas livres junto a uma piscina, umas irão recusar despir-se, outras precisam de uma barreira invisível de 10 metros de distância, outras conseguem ir até à berma mas nenhuma entra na água. Cada uma tem delimitada a sua zona de conforto e sabe perfeitamente onde começa a zona de perigo. Ainda inconscientes do seu potencial, alguém terá que ir à força levá-los para dentro de água para que possam então sentir o seu lado maravilhoso, ou seja, o que está para além do desconhecido. Com o crescimento, e depois de várias experiencias idênticas, o adulto irá aos poucos superar, por escolha, essa difícil fronteira em busca do mesmo sentimento de conquista e liberdade que o desconhecido sempre nos dá.

Depois de alguns empurrões da vida, começamos a perceber e a sentir que o desconhecido não é assim tão assustador e que maior parte das vezes é até bastante mais interessante do que a zona de conforto alguma vez foi. Dependendo do nosso mapa astrológico e suas condicionantes, essas experiências tanto nos podem fazer ficar viciados em sair da zona de conforto como traumatizados e passara vida a evitá-la a todo o custo. Consciência é por isso, o primeiro passo para a liberdade e crescimento.

Mas como é óbvio, zona de conforto não é apenas física. Acredito mesmo que essa talvez seja mesmo a barreira mais fácil de superar.

Temos também a nossa zona de conforto mental, emocional, espiritual e que compõem o conjunto das nossas crenças. E estas sim, são desafiantes de mudar. Enraizados em nós desde tempos remotos, vidas passadas, vida intra-uterina e primeira infância, carregamos em nós esquemas, ideias, crenças, pensamentos, emoções que nos condicionam inconscientemente 24h por dia já para não falar das influências que vêm de fora como a educação, religião, família e cultura em que vivemos. Por exemplo, quantas mulheres não estão hoje em dia ainda condicionadas a acreditar que são incapazes de viver sozinhas, que são incapazes de ter a sua independência emocional e financeira? Muitas infelizmente. E apenas porque, não só na sua história e na dos seus antepassados, mas também na história do mundo e até há bem pouco tempo, o papel da mulher era doméstico, dependente financeiramente de um homem e apenas socialmente bem vista se estivesse casada. Essa é a sua zona de conforto ao nível da sua ideia, memória, emoção e crença. Mesmo que o seu lado mental já aceite as mudanças, o passado está ainda incrustado nas suas células.

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No entanto, quando a Vida a convida a sair da sua entretanto desconfortável zona de conforto, quando a força a mudar a sua velha crença, quando a obriga a entrar no desconhecido, o tempo de reajuste, o tempo de mudança de uma crença para a outra, o tempo e escolha de deixarmos ir o que antes era a nossa segurança em prol de algo melhor, é extremamente desafiante, duvidoso, assustador. É um tempo em que estamos entre duas realidades, como falei no artigo do mês anterior. É um tempo de passagem e não ainda um estado de ser, é em última análise, um voto de fé. Uma das maneiras mais fáceis de estarmos atentos às nossas zonas de conforto é estarmos atentos às nossas reacções a sugestões, ideias, propostas e convites que vêm ter connosco. Sempre que nos apanharmos a dizer NUNCA ou SEMPRE normalmente estamos a defender alguma velha crença e que pode ser o que afinal nos está a impedir sair da zona de conforto e adiar a tão ansiada Felicidade e Abundância.

Não há evolução sem desafios, sem conflito, sem superação de obstáculos. Nada no Universo é estático e a Impermanência é uma das grandes certezas da Vida. Sendo assim, sabemos que a Vida irá sempre empurrar-nos para fora das nossas zonas de conforto e maior parte das vezes, são as pessoas “difíceis” que estão mais próximas de nós que nos trazem esses convites. Resistir, enganar, fingir, negar, irá ser sempre um adiar. Aceitarmos esse sinais, aceitar esses convites da vida é um acto de coragem que o Universo irá respeitar. Os outros irão pela Lei do Empurrão.

Coragem, Fé e Espírito de Aventura para todos!

Namaste
Vera Luz

Veja no Sapo Zen as entrevistas de Vera Luz:
Regressão a Vidas Passadas

Cabeça VS Alma

Vera Luz, Autora e Terapeuta de Regressão e Orientação Espiritual:

Dou consultas de Regressão à Vida Passada, Criança Interior e Eu Superior.
Sou facilitadora do Workshop “Do Drama para o Dharma”, baseado no meu primeiro livro, onde nos propomos, através de vários exercícios e meditações, a um maior autoconhecimento e consciência de quem somos, donde viemos e o que andamos cá a fazer.
Há mais de 10 anos que o meu trabalho e compromisso é relembrar a cada um o propósito por trás dos eventos da nossa vida, trazer a Verdade ao de cima, ajudar cada um a sentir o lado sagrado da vida.
E mais importante ainda é lembrar sempre que:

"A mudança que tanto desejamos, tem que começar dentro de nós..."

Sou autora dos livros;

- “Regressão a vidas passadas”
- "Do Drama para o Dharma”
- "A cabeça pergunta a Alma responde”

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