Durante o mês de Setembro, ainda se mantém a quadratura entre Saturno em Sagitário e Neptuno em Peixes (afectando essencialmente os que possuem planetas e ângulos do mapa entre os graus 8 e 13 dos signos mutáveis). Durante a sua passagem pelo signo de Virgem, é o Sol quem vai activar esta tensão durante os primeiros 5 dias do mês, com a particularidade de formar um eclipse Solar no dia 1 de Setembro a 9º. Este eclipse, faz quadratura com Saturno em Sagitário e oposição a Neptuno em Peixes, o que o torna especialmente importante. Força-nos a rever ainda mais todos os padrões que atrasam o desenvolvimento da nossa Consciência. Implica sempre perda, destruição, libertação de velhos hábitos e, principalmente, da imagem que tínhamos da Vida e de nós mesmos. Mas pelos aspectos tensos a Saturno e a Neptuno, a expressão deste eclipse transporta consigo uma elevada carga que poderá ter expressões muito profundas a um nível pessoal e colectivo. As ilusões e medos fanáticos terão como que, ser canalizados através deste ponto, a 9º de Virgem para que a “imagem que tínhamos da Vida e de nós mesmos” se eclipse e possamos organizar a vida a partir de outro ponto. Mas por ser uma tensão, antes que isso seja possível, muito do que considerávamos ser ordem na nossa vida terá que sofrer uma desordem. Isto ajuda-nos a trazer focus para as coisas mais pequenas da vida, para as questões mais simples e práticas. Eclipsam-se esquemas mentais para que a mente se liberte das imagens que ilusoriamente criou sobre o que seria um mundo “perfeito”.
Ao contrário do que aconteceu em Agosto, o mês de Setembro apresenta uma grande presença de planetas em Ar com Júpiter (a partir do dia 9), Vénus (até ao dia 23) e o Sol (a partir do dia 22) a transitarem por Balança. O Ar traz-nos as qualidades de inter-relacionar, comunicar, objectivar, racionalizar, colocar tudo em relação para que possamos compreender e trazer compreensão. Uma vez que a Vénus se encontra no seu domicílio, as suas qualidades ficam mais ampliadas assim como a necessidade de diplomacia, de partilhar esforços, recursos, de formar alianças, de pacificar, harmonizar, de nos encontrarmos através de um denominador comum que depende essencialmente da capacidade de compreendermos o lado do outro. Durante este mês, Vénus em Balança faz quadratura a Plutão entre os dias 10 e 15, e posteriormente oposição a Úrano entre os dias 17 e 20. Mas no dia 18, Plutão estará equidistante ente os dois, formando o mid-point entre Vénus e Úrano (podemos simbolicamente associar ao que em astrologia definimos como sendo o Apex do T-Square). Isto pode significar que, durante este período, o conflicto entre a necessidade de efectivar as mudanças que nos tragam maior Liberdade e a necessidade de construir paz e harmonia pode converter-se numa mistura explosiva, através da qual emergem os mais estranhos esqueletos que tínhamos fechados a sete chaves no armário. Mas em astrologia também aprendemos que é através do Apex (neste caso o mid-point em Plutão), que se resolve o conflicto. Então o segredo não está em usar o poder para obter liberdade ou para forçar a paz e a harmonia, mas antes aprender a aplicar as qualidades de Plutão para que tanto a Vénus como Úrano se possam expressar em equilíbrio. Esta será portanto uma fase em que teremos que aprender a assumir o único poder possível, aquele que emerge do nosso Centro quando aceitamos o que em nós ainda nos assusta, amedronta, pelo qual ainda vivemos obcecados, para que possamos transmutar. Fazemos essa transmutação através da capacidade de deixar morrer todas as estruturas sobre as quais edificámos a nossa segurança, e cujos alicerces não têm como resistir à força do Tempo… Ao fazermos isso sentir-nos-emos um pouco mais renovados e verdadeiramente livres para novos caminhos e novas relações (ou pelo menos para renovar as que já existem). Vamos ter 2 sextis como que a “balizar” esta tensão entre Vénus, Úrano e Plutão, um antes e outro após. O sextil de Vénus com Saturno em Sagitário de 5 a 9, traz excelentes oportunidades para estruturar e hierarquizar (eximia qualidade de Saturno) as nossas prioridades, o que para nós tem maior valor, aquilo que colocaríamos no topo da nossa lista, estabelecermos as parcerias que mais se adequam à nossa estrutura de crenças, e assumir os compromissos necessários (e mais sérios) que acrescentam solidez à nossa necessidade de expansão e das nossas relações. Isto irá permitir entrar com maior solidez no processo de libertação e transformação inicialmente descrito. Por outro lado, o sextil entre Vénus e Marte em Sagitário de 16 a 23 de Setembro já ocorre mais à posteriori e em simultâneo com o trígono entre Marte e Úrano (em Carneiro) de 14 a 21 de Setembro. Durante este período temos a oportunidade de ver estas novas parcerias, relações, contractos, partilhas a ganharem pernas e a andarem.
Entretanto, Júpiter, conforme já foi mencionado, abandona o signo de Virgem por onde transitou durante 1 ano, e ingressa no signo de Balança a 9 de Setembro. Esta é uma mudança muito importante porque Júpiter é regente de Saturno e Neptuno, com os quais manteve uma relação muito tensa e difícil durante o período em que esteve em Virgem. Isto sugere que muito da resolução e dos temas afectados por este conflicto entre Saturno e Neptuno passam agora pela compreensão e integração dos princípios associados ao signo da Balança. A 9 de Setembro ele sai do seu exilio e ingressa num signo cujas qualidades facilitam a expressão dos seus princípios. E durante esta passagem por Balança, aquele que é vulgarmente conhecido como o "Grande Benéfico" é "recebido por Vénus (o "pequeno benéfico") e está em condição de nos ajudar a explorar grandes oportunidades para encontrarmos um maior equilíbrio na nossa vida, para estabelecermos novas ou melhores trocas e compromissos, para compreendermos como encontrar e desenvolver uma verdadeira Harmonia entre as energias que habitam em cada um de nós para que as manifestações do mundo externo possam Espelhar esse estado interno (e o efeito “Espelho” é uma das maiores dádivas do signo de Balança). Esse estado interno foi (supostamente) desenvolvido em Virgem... Por isso Júpiter é o Grande Benéfico “qb”... os Benefícios vêm com o Trabalho desenvolvido. Compreendermos que nada do que atraímos para a nossa vida acontece por acaso ou foi um erro do destino, até porque a Justiça é "cega e surda". Mas este é um tema que irá ser explorado durante um ano porque Júpiter permanece em Balança até 10 de Outubro de 2017, data em que ingressa em Escorpião. Mais sobre as propostas que o trânsito de Júpiter nos trazem pelo signo de Balança será publicado num artigo mais detalhado durante a primeira semana de Setembro.
Mercúrio permanece em Virgem durante todo o mês, mas inicia movimento directo a partir do dia 22 de Setembro (consultar artigo publicado em Agosto sobre Mercúrio retrógrado - Reorganizar para Renascer por entre as cinzas). Após esta data torna-se mais natural trazer para o dia-a-dia as ideias reformuladas durante este período de modo a optimizar o nosso dia-a-dia e formas de aperfeiçoar as nossas ferramentas de trabalho e de melhor podermos prestar Serviço. Até lé, permanecemos, com Mercúrio em domicílio, mais focados no detalhe, a pensarmos de forma mais “pequena” para que possamos atentar aos pormenores que na nossa vida ainda precisam de ser trabalhados. De 1 a 5, de 12 a 14, e de 16 a 27 de Setembro, Mercúrio encontra-se com Júpiter, Sol e faz trígono a Plutão (respectivamente) permitindo a abertura da mente e a tomada de Consciência destes processos e em explorar formas de sermos mais produtivos. É uma fase de maior actividade e enfoque de energia na capacidade de análise e (literalmente) no regresso ao trabalho. Estas qualidades, bem aplicadas, facilitam as transformações necessárias para reestruturar a vida (nem que seja em pequenos detalhes).
A partir do dia 22 de Setembro começamos a ver uma redução de energias nos signos mutáveis (apesar da quadratura entre Saturno e Neptuno ainda se manter até Outubro, e Mercúrio ainda transitar Virgem). O Sol ingressa em Balança a 22 de Setembro e Marte em Capricórnio no dia 27 de Setembro. Passamos progressivamente para energias menos dispersas, que potenciam a iniciativa, mais direccionadas para metas e objectivos. O ingresso do Sol marca o Equinócio de Outono, o momento do ano em que a noite e o dia voltam a ter a mesma duração, em que se Equilibram os polos Yin e Yang. O Sol é esta Consciência de Totalidade através da compreensão da Relação entre todas as partes. Marte traz a necessidade de agir em função de objectivos mais concretos e reais, de tomar iniciativas mais responsáveis, de lutar por sucesso e por conquistar algo através dos nossos esforços. Passamos de uma energia de agir em liberdade, para uma de maior restrição. A relação que Marte irá efectuar com os restantes planetas irá determinar a qualidade destas batalhas (a explorar para o mês de Outubro). Entretanto, Vénus ingressa em Escorpião a 23 de Setembro, tornando esta relação tudo menos ligeira. Aprofundam-se e intensificam-se as partilhas, as parcerias, os contractos, e com isto apercebemo-nos dos conflictos que ainda transportamos em nós e projectamos para os outros. E é aqui que percebemos a nossa necessidade de domínio para que a “paz” se mantenha ou sentimos que somos dominados. Escorpião é o signo onde Vénus encontra o seu exilio, o que significa que “não há bela sem senão”… Onde anteriormente tudo eram rosas, começam a surgir os espinhos e é fundamental perceber que, ambos compõem a flor. Se os ignorarmos seremos feridos (ou podemos ferir), e se apenas nos focarmos nos espinhos iremos perder o desabrochar da rosa. Com a Vénus em Escorpião percebemos que é unindo recursos que conseguimos formar um ramalhete… O ingresso quase que simultâneo do Sol em Balança permite esta Consciência entre todas as partes…
Bom trabalho para Setembro
Sobre Ana Paula Pestana:
Ana Paula Pestana sempre desenvolveu a sua actividade académica e profissional na área das ciências, mas a sua busca espiritual e o interesse pelos símbolos levou-a a mudar todo o sentido e orientação que sua vida tinha até então. Aconteceu no dia em que assistiu à sua primeira aula de astrologia no Quíron com Maria Flávia de Monsaraz, em 2006. Desde então completou vários estudos em astrologia passando igualmente pela Faculty of Astrological Studies (Londres) e pelo AlmaSoma (Instituto de Transpessoal) para o desenvolvimento de ferramentas ligadas à psicologia e à espiritualidade. Desenvolve o seu conhecimento e prática astrológica (em consultas, formação, palestras e workshops) com base nos princípios do esoterismo porque, no seu entender, a astrologia é mais do que um conhecimento, é uma filosofia de vida que a fez sentir-se em Amor com a Vida. Paralelamente desenvolve um projecto de ensino em astrologia e desenvolvimento transpessoal em conjunto com a AlmaSoma (Instituto de Transpessoal) que terá início em Setembro de 2016 e que oferece ao estudante de astrologia uma estrutura de ensino profunda e completa (consulte o seu blog para mais informações).
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