- podemos ficar obcecados pelo passado
- podemos demonstrar níveis de ressentimento
- perdemo-nos nos nossos pensamentos
- ficamos profundamente pesarosos
- ou intensamente meditativos
- podem surgir eventos associados aos valores da Casa 8: dinheiro, sexo, morte e nascimento
- observamos ou participamos em lutas pelo poder
Em resumo: estamos cercados pelo poder transformador de Escorpião
Transformação? Quem falou em transformação? Pois sim, com Plutão, temos que enfrentar o renascimento da Fénix em nós e enfrentar esse processo de transformação.
E não temos escolha: só podemos aceitar.
Mas dói muito. Muito, mesmo.
O propósito deste apontamento é ajudar a entender o que nos pode estar a acontecer e encontrar maneiras de trabalhar com a energia do trânsito, em vez de lutarmos contra ela. Plutão fica retrógrado uma vez por ano, durante cinco meses, fazendo as dores parecerem mais íntimas e intensas.
Como o seu andamento é muito lento, raramente se afasta do seu objectivo: o aspecto ao planeta ou ao ângulo natais.
Raramente podemos perceber qual será o resultado do trânsito. Plutão anda para a frente e para trás nos seus movimentos cósmicos. Habitualmente só conhecemos o resultado definitivo dois ou três anos depois, apesar de hoje em dia ser comum as pessoas dizerem que ficou tudo percebido.
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A diferença na força como reagimos aos trânsitos de Plutão são distintas para os optimistas e para os pessimistas.
Os optimistas resolvem um nadinha melhor os trânsitos de Plutão. :) O que descobri, em termos pessoais – com uma oposição simultânea de Plutão em trânsito ao meu Sol (em Gémeos, na 1) natal e uma conjunção de Plutão à minha Lua (em Sagitário na 8) –, é que sendo eu um optimista inveterado (Lua em Sagitário / 8 e Júpiter em Aquário / 9), de pouco me serviu a metafísica do positivismo, ao enfrentar estes trânsitos, dos mais difíceis até hoje, no meu mapa.
A maneira como me senti ao longo desses cinco anos com os 2 trânsitos em simultâneo, a maior parte do tempo, nem sempre se coaduna com o meu optimismo básico. Pensei muitas vezes que estava a ser submetido a uma operação, sem anestesia. Libertei-me do passado, obcecando-me com ele. Chorei intensamente por acontecimentos ocorridos há quase trinta anos. Fiquei zangado ao reviver histórias antigas. Distanciei-me dos velhos amigos, ao criar novos interesses na minha vida. Revivi situações da infância. As mulheres (Lua) da minha vida desapareceram e chegaram outras que também desapareceram e só na última "voltinha" é que permaneceram algumas amigas. Tantas e tantas situações. Hoje, tento ajudar os outros a enfrentarem os seus demónios interiores. Que mudança! Mas será que ainda sei lidar com os meus trânsitos de Plutão? Um bocadinho mais, mas isso não evita que sinta intensamente esses trânsitos. Aprendi a aceitá-los. Já não resisto.
Um trânsito de Plutão significa que não podemos esconder-nos mais do passado. Acontece que, durante anos, acumulámos em nós uma tal quantidade de capas e reservas que é necessário muito esforço para retirarmos tudo isso e aceitarmos quem somos. Acumulámos tanto lixo psíquico, que libertarmo-nos disso, é um projecto para toda a vida.
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Todos nós precisamos caminhar para a frente, mas parece que somos incapazes de abandonar o passado. Continuamos apegados à imagem que temos de nós mesmos. Plutão ajuda-nos ou, melhor dizendo, força-nos à renúncia.
Os planetas lentos ajudam-nos a desenvolver uma consciência ligada ao divino. Os trânsitos dos planetas lentos impelem-nos a nos abrirmos à mudança e a tentarmos perceber que o divino está em nós.Que somos Ele, em aprendizagem na crosta terrestre.
Se não quisermos extinguir como os dinossauros, precisamos aprender a mudar à medida que o mundo se transforma – e os que não puderem ou não quiserem, acabarão virando relíquias.
Plutão diz: “Muda, renuncia ao passado; aceita a transformação que te apresento.”
Mas dói muito.
Porque é um trânsito que nos leva à velha distinção entre a personalidade e a alma.
No nível da personalidade, o trânsito de Plutão pode ser um inferno para atravessar.
No nível da alma, pode ser a melhor coisa que nos acontece.
Precisamos aprender a ver com os nossos olhos interiores, não com os exteriores. Há um propósito para a dor, mas o campo da nossa visão é muito limitado, ainda mais quando estamos mergulhados no "problema".
A nosso ego, que não quer sofrer, diz à nossa mente acharmos estes trânsitos muito maus porque doem.
Podemos sofrer de miopia espiritual e emocional, não sendo capazes de ver ao longe, bem longe, para aprendermos a razão para a dor.
É como fazer uma operação; estamos a cortar uma parte doente do corpo. Logo depois da operação, dói terrivelmente, e quando isso acontece o corpo está a começar a curar-se. Plutão parece-se com isto, mas para mais doloroso.
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Quando temos um padrão muito arreigado na nossa vida, parece que NUNCA conseguiremos melhorar nessa área de vida.
E, desistimos.
É como, se no íntimo, disséssemos: “Seja o que Deus quiser.”
E, entregamos ao céu.
E aí, damos a volta no nosso contrário.
E, lentamente, muito lentamente, começamos a notar, aqui e ali, que algo está a mudar. Que, de alguma forma, estamos a melhorar.
É quando desistimos dos nossos esforços para controlar a situação.
É quando aceitamos que essa área da nossa vida não vai mudar.
É quando reconhecemos que fomos derrotados.
É quando já não controlamos mais.
É quando aceitamos que as coisas estão fora do nosso controle e que seria necessário um milagre para resolver a situação.
É quando passamos por esse estado de derrota total.
É quando tocamos o fundo desse padrão em relação àquela situação das nossas vidas.
E temos que a entregar a um poder maior que nós mesmos.
E entregamos ao céu.
E tanto Plutão, como Quíron, Urano e Neptuno, colocam-nos em contacto com níveis do Ser acima da personalidade humana. Levam-nos a contactar a nossa alma.
É aí, nesse contacto com a nossa alma, quando damos a volta no nosso contrário.
É Plutão no seu melhor
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Grande parte da dor que sentimos com os trânsitos de Plutão é reflexo e não causa; não é castigo, mas sim reajustamentos. É consequência, que significa "seguir junto". Ou seja, a consequência segue junto com alguns comportamentos em que estamos envolvidos e que nos provoca dor. É inevitável.
Quando estamos enroscados em alguma coisa, e o trânsito de Plutão está a trabalhar para nos desenroscar, mas não queremos abandonar esse comportamento.
Resistimos.
Queremos continuar com aquele velho padrão que nos está “matando”.
Muito do que é doloroso lá fora é um espelho do que está dentro de nós e é o que está a criar os nossos problemas.
Plutão força-nos a ver a verdade e, dói.
A verdade pode doer, mas liberta-nos. Mas primeiro, antes dessa liberdade, ficamos de rastos. Vamos ao fundo.
No entanto, ver a verdade e deixar que as suas acções sejam guiadas por ela, é parte da cura.
Somos teimosos, e queremos o queremos, quando queremos.
Acreditamos que sabemos o que é bom para nós.
Muitas vezes sofremos por não conseguirmos algo que seria devastador se tivesse ocorrido da forma que queríamos.
Muitas e muitas pessoas ficam amarguradas por não conseguirem o que querem à sua maneira ou por não terem o controle da situação. Nem imaginam a quantidade de vezes que já ouvi esta frase, nas consultas de astrologia: "Eu era assim, agora não." Pois! A vida deu-lhes tanto na cabeça que tiveram que aprender à força.
Isto é Plutão. Inexorável!
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É por isso que recomendo ser de grande importância que, quando fazemos as nossas co-criações, estas terminem sempre com uma frase semelhante a esta: “Ou que o céu faça o que for melhor para mim.”
Temos aqui um exemplo possível de meditação:
“Que eu tenha serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, coragem para mudar as coisas que posso e sabedoria para perceber a diferença.”
O isolamento terapêutico.
Na nossa cultura gregária, uma pessoa que se afasta do padrão habitual é encarada como estando “estranha”, é encarada como sendo anti-social, mas muitas vezes, num trânsito de Plutão, o isolamento é curador.
Este isolamento dá-nos a oportunidade de não agirmos mediante velhos padrões. Decidimos que não vamos fazer mais aquilo, mas não sabemos o que fazer em substituição e é aí que nos retiramos, nos isolamos. Para reaprender.
Isso dá-nos a oportunidade para nos prepararmos para agir de modo diferente, quando tudo “aquilo” terminar.
Um tempo sozinho é particularmente eficaz. Momentos de silêncio são fundamentais para escutarmos a voz da alma.
Particularmente quando alguém não consegue ficar sozinho, e entra em todo o tipo de interacções distorcidas, que envolvem controle e lutas de poder.
O isolamento e o silêncio terapêuticos são muito importantes.
As pessoas podem sentir que ficam bem sozinhas, que não irão morrer se não tiverem alguém por perto.
Os relacionamentos não são tão “vida ou morte” como pensamos que são.
Estar só devia ser uma aprendizagem para saber estar acompanhado.
Considerando o isolamento sob outro ângulo, a infelicidade nem sempre adora companhia; às vezes até detesta.
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Há épocas que é doloroso estar com os outros e sofrer a sua falta de entendimento ou profunda indiferença. É preferível, então, estar só e lamber as feridas, compreendendo-as e fazendo o auto-perdão.
Podemos afastar as pessoas com a nossa raiva ou angústia. É uma das formas de nos concentrarmos no nosso “eu” e assim iniciarmos a nossa cura, sem termos de estar preocupados com as necessidades dos outros.
Temos exemplos de reclusão e isolamento plutoniano: os períodos a seguir ao parto. A necessidade de dar tempo a que surgisse uma nova identificação com o ser que tinha nascido. As sociedades modernas consideram estas reclusões como arcaicas. É por isso que se fala tanto, hoje em dia, em depressão pós-parto.
Todos os períodos de perda são plutonianos.
Apenas o tempo nos pode fazer perceber a orientação dos nossos guias, e nem sempre tomamos o tempo suficiente para receber essa orientação no decorrer da nossa vida febril.
Nos tempos antigos, tínhamos os retiros e mosteiros. Actualmente, a pessoa comum não tem nada parecido com isso, mas é pior, não tem consciência da necessidade disso.
Hoje temos o cancro!
Se sentir necessidade de um período de isolamento, faça-o. É uma solução.
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