O jardim do Campo Grande e o lendário edifício Caleidoscópio até agora associado à sua imagem vão ser alvo de um projeto de requalificação que vai transformar por completo aquela zona emblemática de Lisboa.

Fruto de um protocolo entre a Câmara Municipal de Lisboa e a Universidade de Lisboa, as requalificações de ambos os espaços devem ficar concluídas até final de junho de 2012 e representam um investimento de quatro milhões de euros.

O edifício Caleidoscópio, onde durante décadas funcionou um pequeno centro comercial, foi cedido pela autarquia da capital à Universidade de Lisboa e vai albergar um centro académico. Todo o interior vai ser alvo de remodelação integral para instalar salas para associações de estudantes e de ambientalistas, uma galeria, um auditório, áreas de estudo, uma cafetaria e um restaurante. Esta intervenção ficará a cargo da universidade.

O parque de estacionamento junto ao edifício vai desaparecer e surgirá, em seu lugar, do lado do jardim, um pátio e uma esplanada sobre o lago. A cargo do município fica a intervenção na zona norte do Jardim do Campo Grande. O projeto, da autoria da arquiteta Rosário Salema, pretende criar melhor ambiente, através do isolamento do ruído e visão das faixas de rodagem, e da diminuição da opacidade interna, com a redução da densidade arbustiva, para garantir mais segurança.

Junto do lago, que será renovado e habilitado a receber ecossistemas aquáticos, vai ser criado um aterro, para ter uma área relvada entre o edifício Caleidoscópio e o lago. Entre outras intervenções previstas, vai ser colocado um parque canino, que no fundo será um espaço para animais e respetivos os donos, um projeto piloto que eventualmente será estendido a outras áreas da cidade. Também estão previstos novos percursos pedonais e uma área de jogos matemáticos.

Durante a apresentação do projeto, o presidente da autarquia de Lisboa, António Costa, sublinhou a importância do papel das universidades na vida da cidade, que considerou serem uma mais valia, sobretudo quando têm a dimensão que adquirem em Lisboa. Para o autarca, o projeto de um centro académico «é bom para a cidade».

Na opinião do edil, a instalação dessa infraestrurura neste edifício vem permitir, à partida, a sua reabilitação e assegurar a revitalização da zona. «Não basta fazer a obra de reabilitação do jardim, é preciso também criar animação na área, e a instalação do centro académico no edifício Caleidoscópio é uma âncora nesse sentido», considera.

As obras devem ficar concluídas no final do primeiro semestre de 2012, coincidindo com o início da reabilitação da zona sul do jardim, que se enquadra na requalificação das piscinas, para as quais também já decorreu um concurso público internacional.