Alexei Navalny, o agitador que desafia Putin
Alexei Navalny é considerado o mais proeminente líder da oposição na Rússia e a única figura independente capaz de mobilizar cidadãos em todo o país.
Em fevereiro de 2021, a justiça russa condenou Alexei Navalny a uma pena de dois anos e meio de prisão ao tornar efetiva uma sentença suspensa em 2014, um julgamento considerado arbitrário pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH).
O dissidente russo sobreviveu a um envenenamento em agosto de 2o20 no qual todas as suspeitas recaem sobre o Kremlin.
A Rússia tem rejeitado as acusações sobre o envolvimento do Kremlin no ataque contra o opositor russo com o agente neurotóxico Novichok e considera as críticas ocidentais como "ingerência" nos seus assuntos internos.
Denis Mukwege, o médico que devolve a autoestima
Denis Mukwege (Prémio Sakharov em 2014) é um médico da república democrática do congo (RDC), que dedica a sua vida à reconstrução dos corpos e das vidas de dezenas de milhares mulheres e raparigas congolesas, vítimas de violações coletivas e de violência sexual brutal na guerra em curso naquele país.
Já tratou mais de 40 mil mulheres, algumas delas com ferimentos de bala nas costas e genitais.
Malala, a estudante que foi um alvo
Malala Yousafsai (Prémio Sakharov em 2013) tinha 15 anos quando foi alvejada no rosto pelos talibãs, no vale de Swat, no Paquistão, em 2012.
Pretendiam impedi-la a ela e a outras jovens de irem à escola. Sobreviveu aos ferimentos graves e continuou a lutar.
Em 2013, Malala Yousafzai tornou-se a mais jovem laureada do Prémio Sakharov, dedicando-o aos "heróis desconhecidos do Paquistão", numa apologia arrebatadora do direito de todas as crianças à educação.
Nadia Murad e Lamiya Aji Bashar, os rostos da perseguição
Nadia Murad Basee Taha e Lamiya Aji Bashar (Prémio Sakharov em 2016) sobreviveram à escravatura sexual pelo Estado Islâmico (EI) e tornaram-se porta-vozes das mulheres vítimas da campanha de violência sexual do EI.
São defensoras públicas da comunidade yazidi no Iraque, uma minoria religiosa que tem sido objeto de uma campanha de genocídio por militantes do
Hu Jia, o apologista da democracia
Hu Jia (Prémio Sakharov em 2008) é um dos mais dinâmicos e respeitados defensores da democracia na China.
Hu Jia vive sob vigilância permanente e suporta períodos de detenção arbitrária, ameaças constantes, espancamentos e assédio.
Hu Jia é também um ativista dos direitos humanos e do ambiente, que abordou a questão da SIDA quando o VIH/Sida era ainda um assunto proibido na China. Durante antes, o número de casos da doença foi considerado um "segredo de Estado".
Guillermo Fariñas, o jornalista que queria falar
Guillermo Fariñas (Prémio Sakharov em 2010) é um jornalista independente doutorado em Psicologia e dissidente político em Cuba.
Ao longo dos anos, levou a cabo 23 greves de fome, com o objetivo de promover uma mudança política pacífica e a liberdade de expressão no seu país.
A sua greve de fome de sete meses, em 2006, atraiu a atenção do mundo para a censura à Internet em Cuba e provocou-lhe graves problemas de saúde.
Salih Mahmoud Mohamed Osman, o justiceiro humanista
Salih Mahmoud Mohamed Osman (Prémio Sakharov em 2007) é um advogado sudanês que prestou assistência jurídica gratuita a pessoas detidas arbitrariamente, torturadas e sujeitas a graves violações dos direitos humanos no Sudão, há mais de duas décadas.
Ele próprio foi várias vezes detido sem nunca ser acusado de qualquer crime.
Mulheres de Branco, as resistentes
Mulheres de Branco ou "Damas de Blanco" (Prémio Sakharov em 2005) foi um movimento que se constituiu de forma espontânea em resposta à detenção de 75 pessoas entre os seus familiares e maridos durante a Primavera Negra, uma forte vaga repressiva do regime cubano dirigida contra os defensores da democracia.
Estas mulheres desfilaram pelas ruas e escreveram numerosas cartas às autoridades cubanas, solicitando a libertação dos presos, mas não obtiveram qualquer resposta.
Não desistiram e os seus persistentes protestos foram profícuos, tendo todos os prisioneiros da Primavera Negra sido libertados em 2011.
Os seus protestos eram silenciosos e semanais.
Hauwa Ibrahim, uma mulher de convicções
Hauwa Ibrahim (Prémio Sakharov também em 2005) é uma advogada defensora dos direitos humanos.
Nasceu no seio de uma família muçulmana na aldeia de Hinnah, no Norte da Nigéria. Foi aqui que aprendeu os valores que reforçaram a sua determinação, incluindo a convicção da mãe de que a educação era a única via para sair da pobreza.
Prometida em casamento aos 10 anos de idade, Hauwa Ibrahim fugiu de casa e inscreveu-se num colégio interno feminino, para aí prosseguir a sua instrução.
Os interesses intelectuais de Hauwa Ibrahim, combinados com a sua paixão pela justiça, conduziram-na a estudar Direito. Tornou-se a primeira advogada do distrito de Yamaltu/Deba do estado de Gombe e é, hoje em dia, amplamente procurada como consultora jurídica.
Xanana Gusmão, o "Mandela" de Timor
Xanana Gusmão (Prémio Sakharov em 1999) conduziu a luta pela liberdade e autodeterminação de Timor-Leste.
Foi o primeiro Presidente da primeira nova nação deste século e serviu igualmente como Primeiro-Ministro de Timor-Leste.
Após a retirada unilateral de Portugal de Timor em 1975, a Indonésia invadiu o país, esmagando a resistência pela força.
Os combates vitimaram mais de 200 mil pessoas.
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