De acordo com o estudo do Instituto Português de Administração e Marketing (IPAM), os portugueses pretendem gastar uma média de 372 euros nas compras de Natal, menos 1,4% face ao ano anterior. A redução mais expressiva foi de 48,26% entre 2009 e 2013. O estudo do IPAM, que vai na sua 10ª edição, é realizado nas duas primeiras semanas de dezembro, de modo a acompanhar o período tradicional de maior volume de compras dos portugueses.
Este ano, os portugueses mantêm uma ligeira diminuição do valor médio a gastar, uma tendência já verificada no ano anterior (com 377,40 euros), contudo têm vindo a introduzir alterações no local de compra e na data para a sua realização.
Embora o número de inquiridos que opta pelos centros comerciais (33%) seja superior ao número que opta pelas compras nos centros comerciais e comércio de rua (29,6%), uma percentagem em crescimento de 15% dos inquiridos opta exclusivamente pelo comércio de rua e 4,6% exclusivamente pelas compras online.
Relativamente ao momento para realização das compras de Natal, o estudo identificou que 73% dos inquiridos indicam efetuar as suas compras durante o mês de dezembro. Nas compras antecipadas o critério preço é o que tem uma maior relevância, quer seja “Encontrar melhores preços” (27%), “Aproveitar promoções Black Friday” (25%) ou “Aproveitar promoções ocasionais” (22%).
Ao nível da utilização do subsídio de Natal, o estudo aponta que 33% dos inquiridos não recebe o subsídio nesta altura, o que poderá ter consequências no comportamento face às compras de Natal. Dos que recebem, cerca de 31% dos inquiridos revelaram que vão gastar 26% a 50% do seu 14º mês, e 26% das pessoas apontam gastar entre 11% e 25%.
No que diz respeito aos destinatários prioritários das ofertas de Natal, as famílias dirigem as ofertas ao seu agregado (em 54% dos inquiridos). O conjugue é outro alvo prioritário para 77% dos casos e em 60% compram para os pais, irmãos e outros familiares. Apenas 37% dos inqueridos refere a intenção de comprar presentes para os amigos.
A roupa e sapatos são privilegiados nas ofertas para as diferentes faixas etárias, embora com mais representatividade em algumas categorias e complementada com outras ofertas. Na oferta para as crianças até aos 12 anos os presentes mais comprados são brinquedos (35%), seguidos de roupas e sapatos (21%) e livros (12%). Já para os adolescentes (entre os 12 e os 18 anos) as escolhas recaem na roupa/sapatos (28,5%), acessórios (10,3%) e jogos eletrónicos. Para os adultos a opção mais escolhida para os presentes de natal é roupa/sapatos (24,1%), seguida de acessórios (14,2%) e perfumes e cosmética (12,5%).
Bacalhau, doces e bolo rei no topo das preferências
De forma complementar ao estudo de caracterização do comportamento dos consumidores face às compras de Natal de 2018, o IPAM procurou compreender o comportamento de compra de produtos alimentares, em particular do bacalhau, produto tradicionalmente mais consumido nesta época do ano.
Uma menor percentagem dos inquiridos indicou que vai comprar produtos alimentares, 58%, face aos 94% que vão adquirir presentes de Natal. No centro das compras alimentares para o Natal destaca-se o bacalhau, 64%, seguido pelos doces típicos, 59%, e o bolo rei, 57%.
No que diz respeito à compra do bacalhau, os inquiridos assinalam 90€ como o valor médio a gastar, sendo este valor muito próximo do apresentado em 2017. Em relação ao tipo de produto a comprar verifica-se que as opções dos consumidores recaem na aquisição do bacalhau seco inteiro (67%).
Quanto ao momento de compra verifica-se que 47% dos inquiridos efetuam a compra de bacalhau durante o mês de dezembro, dos quais 34% compra em promoção. Já a opção do local de compra de bacalhau reincide nos supermercados (65%), como primeira opção dos consumidores, logo seguido do comércio tradicional (32%).
O Estudo foi realizado pelo IPAM nas duas primeiras semanas de dezembro, sob a coordenação da Professora Mafalda Ferreira, Doutorada em Psicologia Social pela Universidade de Cádiz. Realizado desde 2009, o estudo analisa os hábitos e comportamento dos consumidores relativamente às compras de Natal, seguindo a mesma metodologia. A amostra foi composta por 475 indivíduos, que responderam a questionários diretamente (15%) ou online (85%).
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