Mais de 163 milhões de euros em notas e moedas de escudo estão ainda em poder dos portugueses, 10 anos depois da moeda única entrar em vigor, segundo valores avançados à Lusa pelo Banco de Portugal.
De acordo com a mesma fonte, 99 por cento deste valor corresponde a moedas, que deixaram de poder ser trocadas no final do ano 2002.
“Até essa data, foram recolhidos 701 milhões de moedas, equivalentes a 177 milhões de euros, correspondendo a 52 por cento do valor total em circulação”, referiu fonte oficial do Banco de Portugal.
Já as notas ainda guardadas, que somam cerca de 183 mil euros, podem ser trocadas até 20 anos depois da retirada de circulação da chapa a que a nota pertence, o que quer dizer que as notas de escudo podem ser trocadas até 2022.
Segundo o Banco de Portugal, as notas já recolhidas foram destruídas, enquanto as moedas foram vendidas à Casa da Moeda.
“Todas as notas de escudo recolhidas são submetidas pelo Banco de Portugal a um processo de verificação de autenticidade e imediatamente destruídas, por granulação, em equipamentos especialmente concebidos para esse efeito”, explicou aquela entidade.
Já as moedas – da responsabilidade da Direcção-Geral do Tesouro e Finanças – tiveram um destino diferente.
Contactado pela Lusa, o ministério das Finanças explicou que as moedas (ou, no jargão oficial, os discos amoedados) foram “armazenados no campo de tiro de Alcochete e, em dezembro de 2010, foram alienados à Casa da Moeda (INCM)”.
Com esta venda de metal, o Tesouro arrecadou 26 milhões de euros, embora parte desse valor seja para pagar custos de manutenção e armazenagem.
Quando a Casa da Moeda recebe as moedas, a primeira coisa a fazer é "destruir as faces para transformar a massa monetária em metal amoedado", explicou à Lusa o diretor de 'marketing' estratégico da Imprensa Nacional Casa da Moeda.
Depois "o metal é vendido e das duas uma: ou o produto [dessa venda] é utilizado para comprar novos metais ou há um encontro de contas quando os fundidores que compram também vendem metal", explicou, acrescentando que o metal de que era feito o escudo e o metal do euro é de ligas diferentes.
As notas e moedas de escudo circularam em simultâneo com os novos euros entre o primeiro dia de 2002, ano em que foi introduzida a moeda única europeia, e o último dia de fevereiro.
Findo o período de dupla circulação, as notas e moedas nacionais perderam o curso legal e o poder liberatório, deixando de preencher os requisitos imprescindíveis à sua utilização como meio de pagamento.
29 de dezembro de 2011
@Lusa
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