Desde aplicações de encontros a redes sociais e fóruns, milhões de pessoas fazem regularmente novos amigos online. Inclusive, de acordo com o recente estudo da Kaspersky, 30,4% dos portugueses revelam que são mais extrovertidos e confiantes no mundo digital do que quando se relacionam com alguém na vida real.

Com a adoção de medidas de distanciamento social a nível global, as pessoas habituaram-se cada vez mais a relacionarem-se com os seus amigos e familiares e a estabelecer novas relações através de plataformas online.

Em Portugal, e segundo a recente investigação da Kaspersky, 26% dos inquiridos que utilizam redes sociais ou fóruns online afirmaram mesmo que se torna mais fácil conhecer novos amigos online do que pessoalmente.

Quando inquiridos sobre a sua relação com o outro no mundo digital face ao mundo real, cerca de um terço dos portugueses (30,4%) considera ser mais extrovertido e confiante no mundo digital do que quando estão na presença de outras pessoas. Inclusive, para 33% dos portugueses chega a ser mais fácil apresentarem-se online.

Mas o online também apresenta grandes desafios. O aumento das relações virtuais tem feito com que muitas pessoas se sintam ainda mais isoladas e sós, uma vez que não estão necessariamente preocupadas em marcar encontros cara-a-cara com outras pessoas.

No entanto, para alguns portugueses (14%), a ligação emocional que têm com os amigos no mundo online é mais forte do que com aqueles com quem se relacionam pessoalmente.

Perante os dados apresentados no estudo, a psicóloga Ana Rita Salazar comenta: “Embora possa parecer um paradoxo, a verdade é que o digital continua a permitir aproximar pessoas fisicamente distantes, mas também pode gerar distanciamento – e, em casos mais extremos, pode levar ao isolamento social. Apesar da Internet e das tecnologias terem sido um suporte fundamental na altura do confinamento, não nos podemos esquecer que os contactos afetivos e sociais são muito importantes para o desenvolvimento social e para quebrar a solidão – nos mais velhos, mas também nos mais novos”.