Só no ano passado o número de vítimas ultrapassou os 9 mil, com a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) a registar cerca de 63 crimes por dia. As mulheres com mais de 18 anos e as crianças/jovens são as que fazem mais denúncias diárias, com 14,5 e 3 registos, respetivamente.
Do total de queixas registadas, os crimes de violência doméstica são os mais comuns, com uma taxa de 80%, onde se incluem os maus tratos psíquicos (7.507 casos) e físicos (5.167 casos).
Em termos de perfil, as vítimas que mais procuram a APAV são do sexo feminino, com curso superior e empregadas. A sua idade ronda os 40 anos, é casada e tem filhos.
O autor do crime é, por sua vez, maioritariamente do sexo masculino, situa-se entre os 35 e os 54 anos e manteve ou mantém algum tipo de relação com a vítima.
A nível nacional os distritos de Lisboa e Porto foram os que registaram mais processos, com 3.304 e 1.629 respetivamente. A residência comum é o local onde ocorre grande parte dos crimes.
O relatório destaca ainda um crescimento nas “Outras formas de violência” (2,48%), como é o caso do stalking (445 casos). Apesar de não ter muita expressão a verdade é que este é um tipo de crime que afeta mais as mulheres. Com uma idade média de 39 anos, este tipo de vítima é em grande parte solteira, com curso superior e vida profissional estável. Em 74,7% dos casos o agressor tem ou teve um relacionamento com a vítima.
O bullying (134 casos), por exemplo, é outro tipo de crime que afeta também maioritariamente o sexo feminino e as faixas etárias mais jovens, como é o caso da crianças/adolescentes (76,7%). A vítima tem em média 18 anos e é solteira. Em 60,2% dos casos de bullying o agressor é colega de escola.
Outro dado importante está relacionado com as denúncias, feitas sobretudo por telefone ou presencialmente. Apesar de a maioria ser feita pela própria vítima (58,23%), há que salientar um aumento nas queixas feitas por familiares (18,74%).
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