Tendo em conta que este é um evento que pretende acolher todas as pessoas, a organização do MEO Kalorama destaca-se por implementar algo nunca antes feito em grandes festivais a nível nacional: casas de banho binárias e não binárias.
“É uma coisa da qual estou muito orgulhosa. Acho que é ridículo continuarmos centrados na questão do male e female, uma vez que lá fora a conversa já não é essa”, diz Dora Palma, coordenadora de sustentabilidade, sobre a adoção destes WC podem ser encontrados nas três ilhas espalhadas pelo recinto e que facilmente identificáveis com a seguinte placa: WC Unissexo, WC Não Binário e Acessível.
De forma a não causar nenhum desconforto entre os festivaleiros que, por algum motivo, não sentem à vontade em utilizar este tipo de instalações específicas para pessoas gender-neutral, o MEO Kalorama manteve as tradicionais: uma apenas para homens e outra apenas para mulheres. “Nós respeitamos todos e não queremos impor ideologias a ninguém. Queremos sim mostrar que, no fim dia, somos só pessoas e dá para convivermos de forma normal”, refere.
Apesar de ser algo nunca antes feito em contextos como este, Dora Palma acredita ser urgente que mais eventos se adaptem às diferentes realidades de forma a fazer com que todas as pessoas se sintam incluídas e explica porquê. “Uma coisa da qual me apercebi de uma conversa que tive com a Associação Portuguesa para a Diversidade e Inclusão (APPDI), que é nosso parceiro neste festival, é que existem pessoas que vão a festivais e que, por não se identificarem nem com [o género] feminino nem com o masculino, ficam o tempo sem ir à casa. E isto é horrível de imaginar.”
De forma a educar e sensibilizar o público para as temáticas da comunidade LGBTQIA+, o festival tem espalhados por diversos locais do recinto posters autocolantes que explicam o significado de diferentes conceitos.
“Temos vários spots a passar que esclarecem o que é ser “Não Binária”, o que é ser “Gay” e ser “LGBTI-Fobia”, menciona a coordenadora de sustentabilidade sobre o projeto “ABCLGBTQIA+” – desenvolvido pela FOX Life e pela ILGA Portugal – para combater o preconceito e agora integrado no festival. Por exemplo, as cabines das casas de banho são um dos locais onde os festivaleiros podem encontrar estes posters.
Medidas inclusivas como esta servem para mostrar que o MEO Kalorama, recém-chegado à capital, é um festival de música que pretende acolher toda a gente. “Os eventos são esses locais democráticos onde, normalmente, as pessoas se sentem bem e em paz porque não há rivalidades. A música une e nós queremos efetivamente fomentar a inclusão.”
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