Os dados constam do mais recente estudo do Observatório da Sociedade Portuguesa da Universidade Católica de Lisboa, realizado entre 22 e 29 de novembro de 2023 e contou com a participação de mil inquiridos, com idades entre os 20 e os 75 anos.
Em relação ao grau de otimismo face ao ano de 2024, apenas 15,9% afirmou estar otimista ou muito otimista sobre este ano, havendo, por outro lado, 18,2% que diz estar muito pessimista e 32,5% que está pessimista, o que totaliza 50,7% da amostra.
Quando questionados sobre a facilidade em manter o nível de vida, a maioria (53%) dos inquiridos assumiu que terá dificuldade, contra 13% que acredita que irá conseguir manter o nível de vida que teve até aqui.
Por outro lado, é também a maioria que admite estar preocupada ou muito preocupada com o aumento de gastos em todas as categorias de produtos, com exceção dos bens não alimentares, como roupa, calçado ou tecnologia, sendo de salientar que “as duas categorias em relação às quais cerca de metade (50,9%) se sente muito preocupado com o aumento dos custos são a alimentação do agregado familiar e os gastos com renda/prestação de empréstimo da casa (46,6%)”.
“A grande maioria dos inquiridos sente-se preocupada ou muito preocupada com o aumento de gastos em 2024, destacando-se as categorias de gastos com alimentação do agregado familiar (84.4%), gastos com energia (80%), combustíveis (75.6%), rendas/empréstimos da casa (64.5%)”, refere o estudo.
Sobre a pergunta “em que medida acha que terá de refrear/reduzir o seu consumo no próximo ano”, 39,5% afirmou que terá de o fazer moderadamente, enquanto 30,8% diz mesmo que terá de reduzir bastante.
Concretamente sobre as áreas em que o agregado equaciona poupar, 73,5% escolhe as refeições fora de casa, seguido de 65,3% que escolhe a compra de roupas, 56,8% que pondera fazer menos viagens, 52,9% que irá comprar menos bens pessoais e 10,6% que irão reduzir nas despesas com educação.
“Na categoria outros (5,5%) foram mencionados com maior frequência atividades de cultura e lazer, combustível e serviços”, acrescenta.
Há também 20,4% de inquiridos que considera que terá dificuldade em cumprir com os compromissos financeiros em 2024. As categorias mais referidas foram o empréstimo à habitação (41,7%), crédito pessoal ou ao consumo (33,8%), renda da habitação (29,9%), pagamento de escolas ou atividades extracurriculares (25,5%), pagamento de empréstimos a familiares ou conhecidos (26%) e outros (8%).
No entanto, “observa-se que as perceções de pessimismo e de necessidade de reduzir o consumo foram atenuadas quando comparadas as respostas para 2023 (medidas em dezembro de 2022) e para 2024 (medidas em novembro de 2023)”, refere ainda.
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