As associações de comerciantes de Lisboa e Porto preveem reduções para lá dos preços de custo nos saldos que começam hoje com fortes diminuições para colmatar as perdas do Natal, disseram à Lusa vários dirigentes.
Apesar de otimista em relação ao período de saldos, que dura até 28 de fevereiro, o presidente da Associação de Comerciantes do Porto, Nuno Camilo, lembrou que quando vendem em promoções não significa que os comerciantes estejam a ter lucro, “bem pelo contrário, estão a ter prejuízo, mas é preferível escoar o ‘stock’ e gerar receitas para investir em novas coleções”.
A opinião é partilhada pela presidente da União de Associações do Comércio e Serviços (UACS), Carla Salsinha, que prevê que muitos estabelecimentos tenham “saldos acima dos 60, 70 por cento, muito abaixo do preço de custo, o que quer dizer que é uma tentativa de as pessoas escoarem os ‘stocks’, tendo menor prejuízo”.
A ideia é procurar equilibrar as perdas da época de Natal, que terão rondado os 30 por cento segundo os responsáveis das entidades de Lisboa e Porto, esperando que as pessoas tenham aguardado que chegassem as promoções para poderem comprar.
Os saldos de inverno vão ter descontos mais altos em comparação com as promoções do Natal, o que em alguns casos significa "o limite da sobrevivência" de algumas empresas, segundo a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP).
O presidente da CCP, João Vieira Lopes, disse à Lusa, na terça-feira, que "tendo em conta as dificuldades das empresas, e que muitas delas para vender tiveram de fazer promoções altíssimas antes do Natal, os saldos ainda vão ter descontos mais altos".
Em muitos casos, adiantou João Vieira Lopes, estes descontos "serão o limite para a sobrevivência das empresas".
“Estamos todos preocupados com o nosso futuro, com o nosso presente e com o nosso presente, mas pensamos que vai haver procura. Obviamente que os saldos terão que ser muito fortes para atrair as pessoas”, afirmou à Lusa o presidente da Associação de Dinamização da Baixa Pombalina, Manuel Lopes, que disse ter "perspetivas animadoras".
O responsável pela associação da Baixa lisboeta acrescentou que “é cedo para se perspetivar vendas muito fortes, mas por aquilo que se passou em dezembro pode-se pensar que a procura será provavelmente inferior àquilo que aconteceu no ano anterior, mas poderá não ser com um decréscimo tão forte como alguns setores estão a perspetivar”.
28 de dezembro de 2011
@SAPO
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