“Camilo Castelo Branco: As paixões juvenis e o Amor de Perdição” dão o mote a um ciclo de iniciativas, que se realiza no Centro Cultural de Belém (CCB), para celebrar os 150 anos da edição do romance do escritor.
O ciclo começa segunda-feira, no CCB, em Lisboa, e, até dia 27, inclui exposições, concertos, debates e a exibição de filmes, contando com as participações, entre outros, de Fernando Pinto do Amaral, João Lopes, José Manuel de Oliveira, José Pacheco Pereira, Álvaro Laborinho Lúcio, Maria Ana Bobone, Nicholas McNair e Pedro Abrunhosa.
Na galeria do CCB estará patente, até 19 de janeiro, a exposição “Estudos para o Romance de Camilo de Aquilino Ribeiro”, de Júlio Pomar.
Em comunicado, Vasco Graça Moura, presidente do CCB, afirma que “a obra de Júlio Pomar revela com grande frequência uma relação muito estreita com a literatura”. O escritor sublinha a “argúcia” e a “literariedade fora do comum” do pintor.
“Pomar propõe-nos visão e uma leitura, a sua visão e a sua leitura, da obra e do homem em termos tão pessoais e idiossincráticos que é como se cada um dos seus retratos de escritores funcionasse como um quase heterónimo do pintor...”, escreve Graça Moura.
No centro de reuniões estará patente a mostra “Amor de Perdição: retratos de uma paixão”, que “expõe alguns bens de cariz bibliográfico, documental e iconográfico, expressivos da recensão que ‘Amor de Perdição’ teve em diferentes áreas da Cultura Portuguesa”, refere em comunicado o CCB.
Na próxima segunda-feira, na sala Almada Negreiros, Maria Alzira Seixo apresentará a conferência “O livro das intensidades”, seguindo-se uma mesa-redonda moderada por Isabel Rocheta, com a participação de Helena C. Buescu, Abel Barros Baptista, J. Filipe da Ressurreição e Rui Laje.
No Pequeno Auditório é exibido, às 21:00, “Amor de Perdição” (1921), de Georges Pallu, com execução da banda sonora ao vivo pelo pianista Nicholas McNair.
Até ao dia 27, a estrutura do ciclo segue este figurino: conferência, debate e cinema e/ou concertos, como o da fadista Maria Ana Bobone, que atua no Pequeno Auditório no dia 26, às 21:00, com um alinhamento em que a temática amorosa na poesia portuguesa é a dominante, como explicou a intérprete à Lusa.
No dia 24, às 15:15, no Pequeno Auditório, professores e alunos debatem o “Amor de Perdição na perspectiva dos amores juvenis de hoje”, com a participação das escolas D. Pedro V, Rainha D. Leonor, Vergílio Ferreira, Camões, Professor José Augusto Lucas e Gil Vicente, sob moderação de Daniel Sampaio, que participa na mesa-redonda seguinte, ao lado de Fernando Pinto do Amaral e de Margarida Braga Neves.
No dia 26, às 18:00, no Pequeno Auditório, há uma conversa com Pedro Abrunhosa sobre “A Canção: do Amor à Perdição”, seguindo-se, na sala Fernando Pessoa, a apresentação do livro “Camilo Intimo - Cartas inéditas entre Camilo Castelo Branco e o Visconde de Ouguela”, por Bigotte Chorão, com a participação de Annabela Rita e de A. Campos Matos.
No dia 27, último dia de iniciativas no CCB, realiza-se uma Feira do Livro e estão previstas diferentes iniciativas na sala Almada Negreiros, nomeadamente, a exibição dos documentários “As biografias de Camilo”, de Maria Antónia Oliveira, “Camilo e Outras Vozes”, de Carlos Brandão Lucas, seguindo-se a palestra “A Casa de Camilo”, por José Manuel de Oliveira, e ainda pelo ex-ministro da Justiça Laborinho Lúcio, a conferência “O processo de adultério de Camilo Castelo Branco e Ana Plácido”.
O ciclo inclui ainda a realização de roteiros camilianos em Lisboa e no Porto, respetivamente nos dia 21 e 28 de outubro de manhã, por José Manuel de Oliveira.
Do ciclo faz também parte uma conferência no dia 30, às 00:00, no Teatro de S. Carlos, em Lisboa, por Duarte Ivo Cruz, intitulada “O Amor de Perdição na forma de espetáculo: Adaptações e versões no Teatro, no Cinema, na Ópera e no Bailado”.
O ciclo é organizado em parceria pelo CCB, Casa de Camilo de S. Miguel de Seide, Plano Nacional de Leitura, Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Universidade de Lisboa, Teatro Nacional de São Carlos e Centro Nacional de Cultura.
Fonte: Lusa
17 de outubro de 2012
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