É o projeto de vida de Catarina Furtado, como ela própria o afirma, com visível orgulho.
Materializar a sua experiência de 12 anos como embaixadora da Boa Vontade do Fundo das Nações Unidas para a População, tirando partido da visibilidade mediática que uma carreira de 21 anos já lhe proporcionou, é o objetivo da Corações Com Coroa (CCC).
O nome foi escolhido pela filha Beatriz de seis anos e o logotipo, um coração com uma coroa cor de laranja com três pontas coloridas foi desenhado por Gonçalo, filho de Ana Magalhães (na foto com Catarina Furtado). A gestora de recursos humanos, pós-graduada em comunicação e imagem, é uma das três mulheres do grupo de 11 fundadores que, juntamente com a produtora de televisão Ana Torres, constituem a direção da associação, presidida pela mediática apresentadora de televisão.
O intuito é combater a desigualdade no acesso às oportunidades e a discriminação com base no género, desenvolvendo programas e iniciativas que ajudem a travar problemas de violência doméstica, violação infantil, bullying, bulimia, abandono infantil, violência no namoro e no acesso a cuidados de saúde e de educação. «Todas estas realidades existem e estão em ascenção», lamenta Ana Torres.
«Não nos pretendemos transformar num banco de bens mas queremos trabalhar em rede e desenvolver projetos de apoio social. Queremos provocar vontades e abanar consciências», explicou Catarina Furtado na conferência «As meninas e as mulheres em primeiro lugar», que marcou hoje a apresentação pública e o lançamento oficial da Corações Com Coroa, na Culturgest, em Lisboa, numa cerimónia que contou com a presença das ex-primeiras damas Maria Manuela Eanes, Maria de Jesus Barroso e Maria José Ritta.
A associação foi constituída formalmente a 4 de janeiro deste ano e o seu programa de atividades aprovado em março mas o avanço efetivo no terreno só começará a ser visível a partir do próximo ano. «Não tem sido um percurso fácil. As burocracias são inúmeras», lamentou mesmo Ana Magalhães. Nos últimos meses, além da venda de t-shirts exclusivas para apoiar um projeto de apoio social, foram criados grupos de reflexão multidisciplinares, porque o desafio a que se propõem é grande e exigente.
«A ida para o terreno leva o seu tempo de implementação. Precisamos de parceiros», sublinha a apresentadora e atriz. Na cerimónia de apresentação pública da CCC foi já assinado um protocolo com a Sonae MC, que vai financiar um prémio, denominado «Corações Capazes de Construir», para distinguir trabalhos jornalísticos e campanhas de divulgação que difundam os ideais de igualdade e cidadania que a associação defende.
O projeto mais visível desta nova instituição, que está instalada na Casa do Porteiro da Biblioteca Municipal de Belém, em Lisboa, passa, no entanto, pela criação de um espaço físico de apoio a crianças, adolescentes e crianças em situações de risco, que até já tem nome. Batizado Espaço Lugar no Mundo, pretende, quando tiver terreno e verba para contratar profissionais, dar apoio psicológico, jurídico e social a essas pessoas.
«Não pretende ser uma casa de abrigo. É mais um projeto de apoio», sublinha Catarina Furtado. «Não podemos continuar a ter gerações hipotecadas num futuro sem recursos», refere a apresentadora, que vai começar em breve a agendar reuniões com os serviços de segurança social e com os serviços sociais da câmara municipal da capital. «Temos vindo a identificar realidades às quais queremos dar uma solução prática», conclui.
7 de novembro de 2012
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