Já não sei onde é que li que as mulheres são mais consumidoras de gadgets que os homens. Não tenho como comprovar que tal conclusão tenha algum fundo de verdade, mas há um brinquedo em particular que, embora não se possa considerar um gadget, é o santo graal que toda a fémea ambiciona: o closet!
Não estou a falar de um ou dois roupeiros espaçosos. Nada disso! O pináculo da satisfação material de uma mulher é, sem qualquer sombra de dúvida, um daqueles quartos de vestir enormes e organizados que aparecem nas revistas de decoração e nos programas do canal E! sobre as estrelas de Hollywood.
Nós mulheres nunca temos nada para vestir pela simples razão de não possuirmos um espaço suficientemente amplo, atraente e digno para arrumar de forma solene os nossos parcos pertences.
Pois é! Um closet resolveria metade dos nossos problemas. As fileiras de botas, sapatos e sandálias, em crescendos de cor e altura dos saltos; alas intermináveis de blusinhas penduradas sob uma luz indireta; os vestidos, todos juntos, do mais curto ao mais comprido; a zona das pulseiras, colares e brincos, próxima da cómoda das pinturas coroada com um espelho com lâmpadas a toda a volta… E tudo à vista. Tudo bem à nossa vista para que o modelito do dia se formasse na nossa mente apenas com um breve olhar. Tudo bem à vista para que a entrada nesse santuário épico fosse como se chegassemos à gruta do Ali Bábá.
No meu mundo ideal todas as mulheres teriam este compartimento. Neste utópico universo paralelo, todas as mulheres se sentiriam, no mínimo, como estrelas de cinema ou belas Deusas do Olimpo.
Mas a realidade é bem diferente e como o que vamos acumulando não tem o espaço devido, acabamos por perder o rumo às coisas, perdidas na profundeza de armários que esticam até rebentar. E é neste ponto da reflexão que proponho a mim mesma um negócio: revirar os meus armários; sacar tudo cá para fora e deixar, bem à vista e bem à larga, as coisas de que realmente gosto. É que quando temos as nossas coisitas bem visíveis, damos-lhes muito mais uso.
A verdade é só uma: com as roupagens que me compõem ando a fazer isto há muito tempo… resta-me agora experimentar com as roupas que uso por fora!
Um forte abraço a todos,
Ana Amorim Dias
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